ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 09-4-2007.
Aos nove dias do mês de abril do ano de dois mil e
sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Newton Braga Rosa e
Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Marcelo
Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA,
foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, juntamente com as Vereadoras
Neuza Canabarro e Sofia Cavedon, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 009/06 (Processo nº 5018/06); pelo Vereador Bernardino
Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 562, 563, 564, 565, 566,
567 e 568/07 e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 037/06
(Processo nº 0948/06); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Providência
nº 582/07; pelo Vereador Haroldo de Souza, o Pedido de Providência nº 572/07 e
o Projeto de Lei do Legislativo nº 018/07 (Processo nº 1067/07); pelo Vereador
José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 561, 580 e 581/07;
pela Vereadora Margarete Moraes, os Pedidos de Providência nos 569,
570 e 571/07; pela Vereadora Maria Celeste, as Indicações nos 014 e
018/07 (Processos nos 1713 e 1792/07, respectivamente); pela
Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos 573, 574, 575,
576, 577, 578 e 579/07 e as Indicações nos 015 e 016/07 (Processos nos
1726 e 1727/07, respectivamente); pelo Vereador Newton Braga Rosa, o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 004/07 (Processo nº 1139/07); pela Vereadora
Sofia Cavedon, o Pedido de Informação nº 042/07 (Processo nº 1837/07). Também,
foi apregoada a Emenda nº 02, proposta pelo Vereador Alceu Brasinha e assinada
pelo Vereador Dr. Goulart, Líder da Bancada do PTB, ao Substitutivo nº 01,
aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06 (Processo nº
4412/06). Ainda, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre: de nos 289 e 290/07, encaminhando,
respectivamente, o Projeto de Lei do Executivo nº 008/07 e o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 004/07 (Processos nos 1779 e 1780/07,
respectivamente); de nº 303/07 (Processo nº 1843/07), solicitando autorização
para ausentar-se do País das quatorze horas do dia dezessete às doze horas do
dia vinte e três de abril do corrente, quando participará do “Poder Green Forum
2007”, em Miami, nos Estados Unidos da América. Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 4025, 10575, 10709, 10714, 10716 e 10726/07, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em prosseguimento, o Vereador Carlos
Comassetto solicitou informações acerca da tramitação de Requerimento formulado
por Sua Excelência, no sentido de serem registrados, nas Agendas das Sessões,
os recursos na área da saúde repassados ao Município pelo Governo Estadual,
tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. A seguir,
a Senhora Presidente registrou a presença dos Senhores Paulo Uebel e Rafael Sá,
respectivamente Presidente e Diretor Financeiro do Instituto de Estudos
Empresariais – IEE –, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos
trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo Uebel,
que divulgou o XX Fórum da Liberdade, a ser realizado nos dias dezesseis e
dezessete de abril do corrente, enfatizando que esse evento centrará suas
discussões nos temas relativos à propriedade e ao desenvolvimento. Nesse
sentido, discorreu acerca do posicionamento do Instituto de Estudos
Empresariais em relação à conjuntura político-econômica atualmente observada no
Brasil e na América Latina, salientando que, na ótica desse Instituto, o
respeito à propriedade é condição essencial para o crescimento das nações. Na
oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Newton Braga
Rosa, Dr. Raul, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Adeli Sell, Elói Guimarães,
Maristela Maffei, Professor Garcia e Luiz Braz manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e três
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Bernardino Vendruscolo discorreu acerca dos
benefícios, para Porto Alegre, da possibilidade de parcelamento do Imposto
sobre a transmissão “inter-vivos”, argumentando que essa medida aumentou consideravelmente,
no ano passado, a arrecadação desse tributo pela Prefeitura Municipal. Em
relação ao assunto, afirmou que espera a sanção, pelo Prefeito Municipal, de
legislação nesse sentido, em face do sucesso alcançado com essa medida. A Vereadora
Maristela Meneghetti posicionou-se contrariamente à proposta de reajuste dos
subsídios de Deputados Federais, Senadores, Ministros e do Presidente e
Vice-Presidente da República, asseverando que essa idéia, além de ser antiética
e injusta, em comparação com as dificuldades financeiras enfrentadas pela
maioria da população, causaria um efeito cascata em órgãos estaduais e
municipais. Nesse contexto, destacou a importância da mobilização popular para
que essa iniciativa não seja aprovada. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme
Barbosa, apontando deficiências no recolhimento de lixo realizado pela
Prefeitura Municipal, alegou que esse serviço está ocorrendo com atraso acima
do tolerável. Além disso, desaprovou a gestão do Senhor Maurício Dziedricki à
frente da Secretaria Municipal de Obras e Viação, questionando o número de
lâmpadas da iluminação pública com defeito e sustentando ter diminuído o número
de projetos em favor da população, oriundos desse órgão. Em continuidade, foi
apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart, solicitando Licença
para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia quatorze de abril do corrente,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente DJ Cassiá
Gomes, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
José Ismael Heinen criticou a impunidade de Deputados Federais e integrantes do
Governo Federal acusados de corrupção e comparou o tratamento dado a esses crimes
com outros considerados menos graves, como pequenos furtos em supermercados.
Ainda, defendeu a adoção de penas rigorosas a políticos envolvidos em
atividades ilegais, argumentando que crimes dessa natureza lesam o País de forma
muito mais grave, em função do montante de recursos públicos que são desviados.
A Vereadora Margarete Moraes, avaliando a gestão da Governadora Yeda Crusius,
opinou que o Executivo Estadual não atende adequadamente as demandas e
necessidades da população e afirmou que o atraso no pagamento dos salários dos
servidores foi uma opção política. A respeito do assunto, questionou as
prioridades estabelecidas por essa gestão, acusando esse Governo de
negligenciar os setores da saúde, educação e segurança e criticando as medidas
adotadas para reduzir os gastos públicos. O Vereador Nereu D'Avila reportou-se
à matéria publicada hoje no Jornal do Comércio, de autoria da Jornalista Paula
Coutinho, que entrevistou o Deputado Estadual Daniel Bordignon. Nesse contexto,
considerou que Sua Excelência analisou corretamente as relações entre o Partido
dos Trabalhadores e o Partido Democrático Trabalhista no Rio Grande do Sul,
justificando que os princípios, programas e mobilizações dessas legendas
apresentam semelhanças significativas. Na ocasião, o Vereador Ervino Besson
formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora Presidenta, reiterando a
solicitação de que este Legislativo ofereça curso específico para os candidatos
ao cargo de Conselheiro Tutelar. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Claudio Sebenelo,
questionando a prática do aborto, mostrou-se favorável ao debate e à
descriminalização desse procedimento, atribuindo o abortamento clandestino a
fatores sociais. Da mesma forma, enfatizando a necessidade de que sejam implementadas
diretrizes políticas para resolver a questão, assegurou que esse é um tema de
saúde pública, apoiando o Senhor José Gomes Temporão, Ministro da Saúde, que
sugere a realização de um plebiscito sobre o assunto. A Vereadora Maria Luiza
abordou problemas com o funcionamento do transporte aéreo brasileiro, apontando
deficiências na gestão desse setor por parte do Governo Federal e comentando a
visita ao Brasil de uma comitiva da Associação Internacional de Transportes Aéreos
para investigar o assunto. Também, indagou acerca da aplicação, na área da saúde,
dos recursos arrecadados pela Contribuição Provisória sobre
Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza
Financeira. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução no
033/07, discutido pelo Vereador Professor Garcia; em 2ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 253/06, discutido pelos Vereadores Adeli
Sell, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely e pela Vereadora Sofia Cavedon, 010 e
013/07, este discutido pelo Vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei do
Executivo nº 006/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha,
lembrando ter apoiado a campanha eleitoral da Governadora Yeda Crusius,
propugnou por maior empenho do Governo Estadual para a conclusão das obras na
Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, chamando
a atenção para os contratempos enfrentados pelos moradores e
comerciantes da região. Além disso,
discorreu a respeito da segurança pública no Município e teceu elogios
às medidas adotadas pelo Senhor Enio Bacci, Secretário Estadual da Justiça e da
Segurança. Na ocasião, a Senhora Presidenta anunciou a realização de seminário
sobre a gravidez na adolescência, nos dias vinte e cinco e vinte e seis de maio
do corrente, neste Legislativo, tendo o Vereador Ervino Besson se manifestado a
respeito do assunto. Ainda, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste
Plenário, de alunos e das Professoras Márcia Rejane Santos, Julia Cipryano e
Salem Cris, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Jardim Vila Nova, que
comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação
Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Adeli Sell, criticando a gestão da Governadora Yeda Crusius, condenou
a medida segundo a qual a Polícia Rodoviária Estadual, na ausência de um
Oficial de Justiça, está impedida de apreender mercadoria falsificada. Igualmente,
desaprovou a venda de ações do Banrisul, alegando que essa transação não foi
devidamente divulgada e explicada à população. Finalizando, protestou contra as
condições de limpeza e capina dos logradouros públicos municipais. A seguir, a
Senhora Presidenta apregoou Ofício, de autoria do Vereador Elói Guimarães, informando
que o Vereador DJ Cassiá Gomes passou a integrar o Partido Trabalhista
Brasileiro a partir do dia quinze de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Luiz Braz, apontou problemas ocorridos durante a gestão do
Governador Olívio Dutra no Estado, citando como exemplo a gestão na área da segurança
pública e a desistência da montadora de automóveis da Ford em se instalar no
Rio Grande do Sul. Da mesma forma, apoiou a Governadora Yeda Crusius, justificando
que Sua Excelência está realizando esforços para alcançar o equilíbrio
financeiro do Estado. A Vereadora Maristela Maffei manifestou-se relativamente
às políticas públicas do Executivo Federal, justificando seu apoio ao
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de problemas que, segundo Sua
Excelência, são detectados nessa esfera de Governo. Ainda, replicou afirmações
do Vereador Luiz Braz, de críticas ao projeto político do Partido dos
Trabalhadores quando à frente do Governo do Estado e questionou as ações
desenvolvidas na atual gestão do Prefeito José Fogaça em Porto Alegre. Na
ocasião, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria do Vereador Adeli Sell, Líder
da Bancada do PT, ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 023/06 (Processo nº 4412/06). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José
Ismael Heinen informou que o PFL
alterou o nome dessa legenda para Democratas, declarando que esse Partido atua hoje como oposição ao Governo
Federal e se destaca pelo idealismo observado nas atividades políticas. Ainda, aludiu a problemas de falta de
segurança do Bairro Menino Deus e comentou
Requerimento em tramitação no Congresso Nacional, para formação de Comissão
Parlamentar de Inquérito sobre a crise aérea do País. O Vereador Ervino Besson discordou de críticas ao Secretário
Maurício Dziedricki, hoje efetuadas pelo Vereador Guilherme Barbosa, no período
de Comunicações. Também, defendeu o
Governo Municipal, mencionando
empreendimentos realizados no Distrito Industrial da Restinga e obras iniciadas
esta semana na
Rua Mário Totta, que integram o Programa Guaíba Vive e prevêem tratamento
paisagístico de ruas que desembocam na orla desse lago, na Zona Sul da Cidade. O Vereador Dr. Raul elogiou os resultados alcançados pela
227ª Feira do Peixe de Porto Alegre, encerrada no dia seis de abril do
corrente, e abordou atividades da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, destacando
a reunião do último dia três, acerca
da mortandade de peixes ocorrida no Rio dos Sinos, e visita a ser efetuada
amanhã à Unidade
Básica de Saúde São José. Além disso,
declarou seu apoio aos Projetos de Lei do Legislativo nos 089
e 090/05 e 045/06, em tramitação nesta Casa. A Vereadora Clênia Maranhão apresentou dados atinentes aos
resultados alcançados pela Governadora Yeda Crusius em seus primeiros cem dias
à frente do Executivo Estadual, enfatizando
a destinação de verbas à área da educação. Da mesma forma, considerou positiva a gestão do Prefeito José
Fogaça, citando a organização da
227ª Feira do Peixe, atividades do Programa ProJovem e de qualificação
profissional, obras de revitalização do Centro e empreendimentos do Programa Integrado Entrada
da Cidade. O
Vereador João Carlos Nedel teceu considerações
sobre o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06, de autoria do
Vereador Alceu Brasinha, que altera a Lei Complementar nº 555/06, relativa ao uso de produtos
fumígenos em recintos coletivos no Município. Quanto ao tema, defendeu a aprovação do Substitutivo nº 01 aposto
por Sua Excelência a esse Projeto, que propõe alterações na Lei original, principalmente
no que se refere aos valores das multas a serem pagas pelos infratores. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado
Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração
na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com o
definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes,
tendo se manifestado a respeito o Vereador Aldacir Oliboni. Em Votação, foi aprovado
o Requerimento nº 031/07, por dezesseis votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado
à votação pelos Vereadores Maristela Maffei, Sofia Cavedon, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Neuza Canabarro, José Ismael Heinen, Elói Guimarães e Dr.
Raul, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Elói Guimarães,
Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela Maffei,
Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores
Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Mario Fraga, Maristela
Meneghetti e Professor Garcia, este com Declaração de Voto. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado
o Projeto de Lei do Legislativo nº 155/06, por vinte e cinco votos SIM, após
ser discutido pelo Vereador Adeli Sell, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Adeli Sell, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris,
Marcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei,
Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos,
Professor Garcia e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Lei do Legislativo nº 234/05. Na ocasião, esteve em votação Requerimento de
autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da
discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 234/05, o qual obteve cinco votos
SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell e Guilherme Barbosa e as
Vereadoras Margarete Moraes, Maria Luiza e Sofia Cavedon, votação esta declarada nula
pela Senhora Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezessete horas e
cinqüenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a
Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela
Meneghetti e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados
pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha,
1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para um Requerimento.
O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Srª
Presidenta, em 2005, bem como em 2006 e no início desta gestão, fiz um
Requerimento à Mesa para que viessem especificados, em nosso espelho, os
recursos do Governo do Estado repassados à Saúde do Município. Continuamos não
vendo isso. Não sei se a senhora já tem uma resposta dessa demanda, porque os
da União aparecem diariamente aqui. Hoje, por exemplo, têm quatro milhões da
União. Queremos saber quais e quando são repassados os recursos do Estado para
o Município de Porto Alegre. Obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Comassetto. Certamente não há repasse, uma vez que esta Casa não tem
recebido comunicação; mas iremos verificar.
Passamos à
O Sr. Paulo Uebel, Presidente do Instituto de
Estudos Empresariais - IEE -, está com a palavra, para tratar de assunto
relativo ao XX Fórum da Liberdade. Recebemos também o Sr. Rafael Sá, Diretor
Financeiro, e o convidamos a fazer parte da Mesa.
O SR. PAULO UEBEL: Exma
Srª Presidente Maria Celeste; boa-tarde a todos, em nome do Instituto de
Estudos Empresariais gostaria de agradecer a oportunidade dada por esta Casa,
que abriu espaço para divulgarmos a 20ª edição do Fórum da Liberdade. Faço um
agradecimento especial ao Ver. Márcio Bins Ely, que oportunizou a nossa vinda
aqui para apresentar e comentar um pouco a respeito do Fórum. Faço, também, um
cordial agradecimento aos amigos Ver. Newton Braga Rosa e ao Ver. João Carlos
Nedel que também são grandes parceiros de longa data do nosso Instituto.
O Fórum da Liberdade neste ano está indo para a 20ª
edição e vai abordar o tema: Propriedade e Desenvolvimento. Nós escolhemos esse
tema porque entendemos que o Brasil e a América Latina, nos últimos tempos, não
vêm respeitando a propriedade, seja com invasões de terra, seja com pirataria,
com uma carga tributária excessiva sem contrapartida. Na Venezuela, por
exemplo, temos visto, realmente, expropriações públicas; uma intervenção excessiva
na economia, desrespeitando a propriedade privada. E a gente sabe que a
propriedade privada é o instrumento fundamental da democracia. É a propriedade
privada que garante a pluralidade, que garante a diferença, que garante as
minorias. Por isso, nós queremos chamar a atenção para esse assunto e mostrar
que existe uma relação direta entre respeito à propriedade e desenvolvimento.
Para isso, convidamos nomes como o ex-Primeiro-Ministro da Espanha, José Maria
Aznar, que fez reformas importantes no País, reduzindo a desigualdade,
reduzindo o desemprego. Também virão nomes conhecidos como Frei Beto, como o
ex-Ministro Miguel Rossetto, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que
irão dar o seu depoimento a respeito desse assunto. Para isso, vamos abordar temas
como a Reforma Agrária, a pirataria, a quebra de patentes, quebra de contratos
e um assunto de extrema importância, inclusive para o Município de Porto
Alegre, que é a questão das favelas. Vamos mostrar a importância da propriedade
legalizada para o desenvolvimento do País. Virão pessoas abordar a questão das
favelas, um deles é Enrique Gherzi, que trabalha com Hernando de Soto, que fez
um grande estudo demonstrando o impacto da legalização da propriedade para o
desenvolvimento de comunidades carentes. Isso pode, sim, servir para Porto
Alegre; pode, sim, servir para flexibilizar, para tornar menos formal a
legalização da propriedade, permitindo que pessoas mais carentes, pessoas mais
simples, tenham o título de propriedade como uma garantia para obter um empréstimo.
Então, esses são assuntos que, certamente, têm impacto.
Há 20 anos, o Fórum vem debatendo esses assuntos em
Porto Alegre, trazendo representantes de diversos países, de diversos Estados,
fomentando a economia local, fomentando o comércio e, acima de tudo, trazendo a
atenção para um debate que é feito em Porto Alegre.
Então, eu queria reiterar esse convite a todos para
que, nos dias 16 e 17 de abril, segunda e terça-feira da semana que vem,
estejam com a gente, na PUC, para debater esse assunto que é fundamental para o
desenvolvimento do País, para o desenvolvimento do Estado e o desenvolvimento
da nossa Cidade. Realmente, é importante que a Câmara de Vereadores, que os
Vereadores estejam presentes lá, porque vocês, sem dúvida, são fundamentais para
esse debate. A opinião de vocês, o dia-a-dia, a vivência, a experiência
certamente vai agregar muito.
Então, faço um agradecimento especial à Srª
Presidenta, ao Ver. Márcio Bins Ely, pela oportunidade de estarmos aqui e nos
colocamos à disposição para responder perguntas, questionamentos e já dizendo
que vamos encaminhar um convite a cada um dos senhores e senhoras para que
estejam presentes, lá, nos dias 16 e 17 de abril. Muito obrigado e desejo uma
ótima Sessão a todos e um bom trabalho. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Convidamos o
Paulo Uebel para fazer parte da Mesa.
O
Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA:
Srª Presidenta e Srs. Vereadores, gostaria de dar as boas-vindas ao Paulo Uebel
nesta Casa e lembrar de alguns episódios que já ocorreram no Fórum da
Liberdade, que eu acho que merecem registro.
Eu
participei, no ano de 1990, quando Leonel Brizola - uma figura proeminente,
como sempre foi durante toda a sua trajetória política - esteve em Porto
Alegre, num clima de uma grande expectativa. Em 1990, estávamos na era Collor,
havíamos saído de um regime de exceção, e, naquele instante, a palavra do
Leonel Brizola, dentro do Fórum da Liberdade, era um contraponto indispensável
para que nós pudéssemos entender o que realmente estava ocorrendo.
Também
lembro, dez anos depois, de um debate acalorado - agora, já nas instalações da
Fiergs - entre Jorge Gerdau Johannpeter e José Dirceu, Deputado Federal, que,
antes, já assumira a importância que teve na história da República Brasileira.
E era um debate que não estava previsto, ele falou imediatamente após o
empresário Jorge Johannpeter e começou o seu discurso dizendo: “Embora tenha
preparado o material, eu não posso deixar o Sr. Jorge Gerdau sem resposta”. E
fez uma manifestação de improviso, contestando uma meia dúzia de pontos, com
uma desenvoltura que, realmente, deixou as pessoas no plenário impressionadas
com a sua capacidade de articulação. Não foi surpresa a importância que o José
Dirceu acabou tendo na etapa seguinte.
Eu
não fui, quando o Lula esteve no Fórum, em 1989 - ele era candidato à
Presidência da República, concorria com Collor, naquela época, era Deputado
Federal -, mas eu lembro de ter visto as notícias no jornal e o espaço que esse
candidato teve.
Lamento
- aproveitando o ensejo - e gostaria de registrar o meu pesar pelo fato de
Porto Alegre já não sediar mais o Fórum Social Mundial. Aquele Fórum teve a sua
realização madura em Porto Alegre, permitindo-nos um contato amplo com as
idéias que circulam no mundo. Espero, mais uma vez, que o Fórum Social Mundial
venha de volta para Porto Alegre e que o Instituto de Estudos consiga dar o
mesmo brilhantismo que teve em outras edições do Fórum da Liberdade. As idéias
são sempre bem-vindas.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Srª
Presidente da Casa, Verª Maria Celeste; Sr. Paulo Uebel, Presidente do IEE -
Instituto de Estudos Empresariais -, é com muita satisfação que eu falo em nome
da Bancada do PMDB, composta pelos Vereadores Bernardino Vensdruscolo,
Sebastião Melo, Haroldo de Souza, e por este Vereador, porque, nesses 20 anos em
que o Fórum está conosco, eu tive oportunidade de participar. E são iniciativas
como essas que fazem com que a sociedade realmente pense e tome atitudes muito
importantes e muito relevantes. Esses assuntos que serão levantados no Fórum,
os quais fazem parte, permanentemente, da nossa preocupação, como a Reforma
Agrária, a regularização fundiária, o emprego, o desemprego, a pirataria,
enfim, a desigualdade social, permeiam todas as nossas ações no dia-a-dia, e
pessoas com uma boa cabeça, que têm possibilidade e iniciativa de influir de
maneira forte na sociedade, bem como tratar esse assunto da inclusão como ele
merece ser tratado, têm de ser permanentemente valorizadas. E nós, como
Vereadores, não podemos ficar afastados desse processo, e, com certeza, em algum
momento do Fórum, estaremos lá prestigiando e levando o nosso apoio, tanto para
a Instituição como para essas pessoas que militam, há muito tempo, em prol de
uma sociedade também melhor para todos.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssima Srª Presidenta desta
Câmara; Exmo Sr. Paulo Uebel, Presidente do Instituto de Estudos
Empresariais, eu quero, em nome dos democratas, saudar esse evento maravilhoso
que a nossa Cidade abraça, e o abraça com muita dignidade pela pluralidade
política que caracteriza a nossa Cidade, a nossa Câmara. Um conceito que eu
sempre trago comigo é que o maior bem do ser humano, do cidadão, é a liberdade,
o direito de decidir, de ter, de criar, de optar, de fazer. Mas, por outro
lado, esse direito é muito frágil, pois a pior das tiranias é aquela que se
esconde sob a capa da liberdade, da democracia, principalmente querendo
destruí-la. Então, nós temos de construir, permanentemente, a nossa liberdade,
defendendo-a de tudo que possa ameaçá-la, porque não há direito mais
maravilhoso do que nós decidirmos o que vamos fazer. Parabéns ao Fórum, no qual
estaremos presente, e sucesso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Márcio Bins Ely está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; Ilmo Sr. Paulo Uebel,
Presidente do IEE; meus cumprimentos também ao Diretor Financeiro, Rafael Sá,
que prestigia esta Tribuna Popular, hoje com a intervenção do Sr. Paulo Uebel
aqui na Câmara. A Bancada do PDT, composta pelos Vers. Nereu D’Avila, Neuza
Canabarro, Ervino Besson, Mario Fraga e este Vereador que lhes fala, gostaria
de saudar, Sr. Presidente Paulo Uebel, a entidade, o IEE, e o trabalho que vem
sendo desenvolvido pelo senhor e por sua Diretoria e os esforços concentrados
para a realização do XX Fórum da Liberdade em Porto Alegre. Cumprimento também
todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram para a realização e o
sucesso desse evento, um evento que já é uma marca registrada da nossa Cidade.
Cumprimentos pelos temas abordados e elencados para o debate, e o nosso apoio e
a nossa presença confirmada nos dias 16 e 17 de abril, na PUC, com a certeza de
que esse evento estará contribuindo para o debate, para o desenvolvimento do
nosso País, do nosso Estado e da nossa Cidade. Muito obrigado; nossos
cumprimentos.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Meus
caros Paulo e Rafael, que aqui representam o Instituto de Estudos Empresariais,
que vêm nos trazer as idéias e as pessoas que vêm aqui discutir no XX Fórum da
Liberdade; em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu queria
parabenizá-los pelo evento, que é um evento que já é uma marca de Porto Alegre.
Ademais, porque há um esforço muito grande, na minha opinião, de pluralizar o
evento. Eu quero dizer, com toda sinceridade, que todo e qualquer evento é
sempre muito bem-vindo se ele de fato for um evento que vá discutir o futuro no
País, o futuro da nossa Cidade, e aqui, evidentemente, estamos tratando,
inclusive, de temas globais.
Já
que os senhores no provocaram para fazer algumas considerações críticas, eu
diria que, ao tratar da propriedade, especialmente da propriedade intelectual,
parece-me que falta aqui a palavra do Conselho Nacional de Combate à Pirataria,
que é um órgão criado pelo Governo Federal, extremamente importante, e há
alguns nomes que talvez pudessem colaborar nesse debate, porque, recentemente,
houve o lançamento de um livro magnífico no Brasil chamado “Ilícito”, de Moisés
Naím, talvez o nome mais importante, hoje, na área do combate à pirataria, até
porque ele é o editor de uma revista americana considerada uma das mais
importantes, chamada Foreign Police.
Então,
se eu puder dar alguma sugestão... Esta é uma área pela qual eu tenho todo o
interesse. Acho que este é um grande tema, é um tema da atualidade. Portanto,
esta é a minha contribuição neste caso e, em nome da minha Bancada, quero
parabenizá-los por fazerem esse debate de uma forma mais ampla, mais plural. Eu
espero que, assim como o Fórum da Liberdade se mantém aqui, nós possamos
retomar com o Fórum Social, com o Fórum Mundial de Turismo, que foi um sucesso
no ano passado em nossa Cidade, e que a gente volte a ter mais debates,
inclusive como está havendo agora o ”Fronteiras do Pensamento”, que é uma
demonstração disso, já que não tem mais espaço para assistir às palestras.
Portanto, fica aqui a nossa saudação.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta; Sr. Paulo Uebel, Presidente do Instituto de Estudos Empresariais -
IEE; e Sr. Rafael Sá, em nome do PTB, dos Vers. Alceu Brasinha, DJ Cássia -
Suplente que agora assume, Dr. Goulart, Maria Luiza e Nilo, nós queremos dizer
da importância do Fórum, que já completa 20 anos, e dizer que nós, do Partido
Trabalhista Brasileiro, defendemos a propriedade, achamos que a propriedade é
algo extremamente importante, por isso a defendemos para todos. Nós achamos que
à propriedade todos devem ter acesso, porque é exatamente um instrumento
extraordinário e magnífico para o desenvolvimento.
Então,
quando o Fórum da Liberdade reúne autoridades do pensamento contemporâneo dos
mais diferentes matizes, é um momento importante, sim, um momento cultural,
científico e intelectual para a cidade de Porto Alegre poder assistir a esse
grande evento em que se vem transformando o Fórum da Liberdade. Portanto, a
nossa saudação. E nós, também, em diversas oportunidades, já participamos e,
evidentemente, a Casa, como historicamente faz, haverá de participar. Meus
cumprimentos.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, prezado Sr. Paulo Uebel, Presidente do Instituto de Estudos
Empresariais, quero, primeiro, falar da importância de todos nós conhecermos e
nos exercitarmos, nesta Cidade, em eventos como o Fórum Social Mundial, como o
Fórum Mundial de Educação e o Fórum Mundial de Turismo, pelos quais lutamos -
como o Ver. Adeli Sell ressaltou na sua fala - para que permaneçam aqui. Não
pode ser diferente a importância do Fórum da Liberdade. Por quê? Não existe
neutralidade; todos nós temos lado, e eu acho que assim é a formação de uma
sociedade democrática.
Enquanto
Partido Socialista, também comungo com a idéia de que a terra tem um fim
social, e nós, infelizmente, ainda vivemos no nosso território sem Reforma
Agrária e sem uma justiça social como nós realmente deveríamos ter. Tem para
alguns, mas não para todos. De qualquer forma, sempre é de bom grado para todos
nós que a democracia e as instituições se fortaleçam, para que a gente possa
ter como projeto político do nosso País dos países do mundo inteiro a soberania
nacional, que passa pelo reforço das instituições. Mas é especial que haja
justiça social para todos. Então, bem-vindo a esta Casa, e parabéns pelo
evento.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado
Sr. Paulo Uebel, Presidente do Instituto de Estudos Empresariais, falo em meu
nome e em nome da Verª Clênia Maranhão; queremos saudá-lo por mais uma vez
trazer a esta Casa a possibilidade de fazermos uma discussão inicial do que
será o XX Fórum da Liberdade. Acreditamos que todos esses eventos onde há a
possibilidade de as pessoas expressarem seus sentimentos, seus ideais e,
principalmente, as suas visões de mundo, contribuem, e muito, para o
crescimento.
Há
dois temas vitais: a questão da propriedade e o desenvolvimento. Aquilo que
todo ser humano busca é ter a sua propriedade; o desenvolvimento também, pois é
o que os países buscam. Sabemos que o nosso País, neste momento, ainda está
longe de ter o desenvolvimento pleno. E acho que é importante, sim, trazer
diversos pensadores com as suas visões de mundo para que possamos construir um
Brasil melhor. Eu acho muito bom reservar um tempo para pensar o Brasil e o
mundo. Parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, eu quero dizer que para esta Casa é uma honra poder receber os
senhores que vêm aqui representar o XX Fórum da Liberdade. O Paulo Uebel, que é
o Presidente desse XX Fórum da Liberdade, vem trazer para nós aqui o convite, e,
mais uma vez, porque todos os anos acontece exatamente isso, traz as
informações daquilo que vai acontecer no Fórum da Liberdade. Uma das coisas que
nós sempre saudamos no Fórum é que ele propicia que as idéias antagônicas sejam
debatidas, que possa haver o confronto entre essas idéias, e as pessoas que
saem do Fórum da Liberdade, com certeza absoluta, não saem enraivecidas, elas
não saem querendo quebrar tudo e nem achando que elas vão mudar o mundo; mas
elas saem mais enriquecidas, porque os debates que são propiciados dentro do
Fórum da Liberdade fazem que com as pessoas que lá estão realmente possam sair
dali com muitas informações. Saúdo também a possibilidade de poder ver mais uma
vez a palestra do Fernando Henrique Cardoso, que, com toda a certeza, é um dos
homens mais cultos que este País já viu.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada
a todas as Bancadas que já se manifestaram, agradecemos também pela presença do
Sr. Paulo Uebel, Presidente do Instituto de Estudos Empresariais e a do Diretor
Financeiro Rafael Sá, por estarem nesta Casa, no dia de hoje, divulgando esse
XX Fórum da Liberdade.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às14h33min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às 14h36min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Grande Expediente, por
cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos, nossos cumprimentos;
Senhoras Vereadoras e Senhores Vereadores, venho a esta tribuna no espaço
destinado ao colega Ver. Haroldo de Souza para, primeiramente, agradecer a esta
Casa por novamente aprovar o reparcelamento do ITBI. Quero dizer também que
esperamos, e, evidentemente temos certeza disso, que o Prefeito sancione esse
Projeto comprovadamente interessante para a Fazenda, porque não baixou a
arrecadação do ITBI, como era previsto, e como, no dia da votação, o colega
equivocadamente veio a esta tribuna dizer.
Nós,
oportunamente, vamos mostrar o quanto aumentou a arrecadação do ITBI, mesmo com
o parcelamento. Porque a tendência é de que, quando se parcela um produto, nos
primeiros meses, nós tenhamos uma queda, nós sintamos a queda da arrecadação.
Mas não aconteceu isso com o ITBI; mesmo parcelando, tivemos um aumento
considerável na arrecadação do ITBI. Para ter-se um exemplo, no mês de novembro
tivemos um aumento de mais de 50%, e, ao longo do ano, 19,2%. Em termos de
valores, são quase 14 milhões de reais, se nós considerarmos o ano de 2005,
comparando com o ano de 2006.
É
por isso que nós estamos otimistas, e esperamos, evidentemente, ver sancionado
este Projeto. E com isso seguirmos divulgando a cartilha, que construímos
juntamente com os representantes da Fazenda, que instrui, que demonstra passo a
passo os procedimentos àquelas pessoas que não dominam esse assunto, que é o
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis.
Em Porto Alegre - nós não sabemos precisar - são milhares
as pessoas que adquiriram e ainda adquirem seus imóveis, usando os contratos
particulares. Essa prática se acentuou com o advento de que os órgãos
financeiros, quando recebiam um novo cadastro do comprador que estava
adquirindo um imóvel já financiado, recalculavam o valor da prestação. Quando
os mutuários descobriram esse procedimento, passaram a adotar o contrato
particular, conhecido como “contrato de gaveta”, ou seja, permanecem pagando o
imóvel no nome daquele que tirou o financiamento, até a sua liquidação; somente
depois da liquidação é que fazem a escrituração. Não há necessidade de nós
falarmos da situação econômica da maioria dos cidadãos, e, conforme a avaliação
feita pela Fazenda Municipal, o percentual de 3% é destinado ao ITBI, e o comprador,
além de pagar esses 3% do valor da avaliação, vai ter que pagar o valor da
escritura no tabelionato e, posteriormente, o valor da averbação dessa
escritura no Registro Imobiliário. Quero aproveitar a oportunidade... e não me
canso de dizer, porque, de um modo geral, há o desconhecimento quanto à
necessidade de averbar a escritura no Registro Imobiliário. O Registro
Imobiliário é um órgão público onde é dada a publicidade sobre a propriedade
particular; por isso a necessidade de se registrarem todas as escrituras nos
Registros Imobiliários competentes.
A escritura de um imóvel pode ser feita num outro
Município, num outro Estado; agora, cada um tem o seu registro competente
conforme a zona, delimitada dentro da cidade. Aqui em Porto Alegre nós já temos
sete zonas de Registro Imobiliário e 13 ou 14 tabelionatos.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, quero saudar
Vossa Excelência. É uma área na qual V. Exª tem um conhecimento vasto, de
vários anos, é a sua atividade profissional. Portanto, eu, como Vereador, como
outros Vereadores desta Casa, temos que ter esse respeito e conferir esse
valor, numa área que V. Exª conhece muito, como poucos Vereadores. Portanto, eu
acho que o seu pronunciamento é muito oportuno, e considero um ganho para a
cidade de Porto Alegre. Sou grato a Vossa Excelência.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Agradeço-lhe, Vereador, pela humildade, pela gentileza de falar dessa forma.
Evidentemente que, ao longo de 30 anos, inclusive como Presidente de
cooperativa habitacional e trabalhando no ramo, sentimos essa dificuldade no
dia-a-dia. Aqui nós falamos dos imóveis que são adquiridos já financiados, mas
também temos aqueles que são adquiridos diretamente das construtoras, quando as
construtoras fazem o contrato particular e só dão a escritura após a quitação.
Milhares de pessoas têm essa quitação e ainda não fizeram a escritura, porque
precisam pagar à vista. Por isso a importância do parcelamento do ITBI. Então,
nós protocolamos esse Projeto e fizemos a defesa no passado. Nós não
buscávamos, Ver. Newton, a arrecadação, a Receita para o Município, mas
sabíamos que poderia haver o equilíbrio. Pelo contrário, o que aconteceu foi o
aumento da arrecadação, e, surpreendentemente, bem mais do que nós
imaginávamos. Houve aquelas pessoas que parcelaram esses imóveis durante o ano
de 2006, sendo que o Executivo esperava que houvesse uma queda na Receita - não
houve -, e muitas dessas pessoas ainda estão cumprindo o parcelamento. Isso
quer dizer que nós vamos ter esse reflexo financeiro positivo ainda durante o
ano de 2007.
V. Exª que é do Partido do Secretário Cecchim, que
disse que tinha dificuldades com determinado cartório - o que nós sabemos que
existe -, deveríamos, então, juntos, discutir, e, se for o caso, que a
Prefeitura faça uma audiência pública para discutir a questão com os cartórios,
porque nós não podemos ser prejudicados também pela burocracia de alguns
cartórios.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Agradeço a Vossa Excelência.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, apenas eu quero
acrescentar à fala do meu Líder, Ver. Adeli, que talvez essa falta de vontade
política do Governo de implementar deva-se ao fato de o Governo afirmar que não
há retorno, de ser quase insignificante o retorno para os cofres públicos. Só
que entendo que o contribuinte, o cidadão é que deve ser pensado
independentemente dessa questão. Nós precisamos facilitar a regularização dos
bens imóveis.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Quero
agradecer a todos que votaram favoravelmente e dizer que naquele dia apenas um
Vereador - que se dizia representar o Governo - votou contrário, e, decerto,
com todo o respeito, mal orientado pela Assessoria lá da Fazenda, alguém que,
de repente, esqueceu de olhar os números e acabou comprometendo a participação
daquele Vereador. Mas todos os Vereadores que estavam aqui no plenário, naquele
momento, votaram favoravelmente, com exceção daquele Vereador. Então, eu não
vim a esta tribuna, evidentemente, reclamar daquele Vereador; temos que
respeitar a opinião de cada um, mas dizer que muitos Vereadores da base do
Governo apoiaram e outros, que não estavam, certamente apoiariam.
De qualquer forma quero cumprimentar todos que
ajudaram a construir este Projeto desde o primeiro momento, quando tivemos a
participação dos Vereadores Ismael, Besson, Comassetto, enfim, de todos os Vereadores.
Acho que o Projeto é desta Casa, não é um Projeto individual.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Bernardino Vendruscolo.
Solicito, por gentileza, ao Ver. Nedel que presida
os trabalhos da Mesa, para que eu possa me manifestar em Grande Expediente.
(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª
Maristela Meneghetti está
com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Antonio
Dib.
A
SRA. MARISTELA MENEGHETTI:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, muitas pessoas têm chegado até nós para protestar contra essa nova
tentativa dos Deputados Federais de aumentar os seus próprios salários; agora
propondo um reajuste de 26,5%. Os cidadãos, simplesmente, não conseguem mais
compreender como os Parlamentares têm a coragem de buscar um aumento desses,
que custará nada mais do que 85 milhões de reais aos cofres públicos.
Não
é aceitável tamanha diferença em relação aos salários das demais categorias de
servidores públicos e trabalhadores. Os Deputados dão como justificativa a
reposição das perdas advindas da inflação. Mas quantos trabalhadores estão, há
anos, sem receber reajustes, ganhando salários miseráveis, independentemente
dessas perdas?
Para
piorar a situação, sabemos que o impacto do aumento não se restringe às
despesas do Congresso Nacional. Há o efeito cascata sobre as remunerações nas
Assembléias Legislativas e nas Câmaras Municipais, que, conforme alguns
especialistas, pode ultrapassar os 500 milhões de reais, desencadeando um
efeito dominó extremamente prejudicial aos cofres públicos.
A
proposta de reajuste que inclui Ministros, Presidente da República e
Vice-Presidente já foi aprovada, no dia 22, na Comissão de Finanças da Câmara
e, em breve, deve ser votada em Plenário. Mesmo com a repercussão negativa
junto à população, é difícil acreditar que os Deputados possam rejeitar o
aumento. É bom ressaltar que, caso seja confirmado esse reajuste, o salário dos
Parlamentares passará de 12 mil e 847 reais, para 16 mil e 250 reais, enquanto
o salário do Presidente subirá de oito mil e 885 reais atuais, para 11 mil e
239 reais. Os vencimentos do Vice-Presidente e dos Ministros irão de oito mil e
362 reais, para 10 mil e 578 reais. Como bem disse o Presidente da CNBB,
Geraldo Majella Agnelo: “Heróis são os brasileiros que sobrevivem com o salário
mínimo”, referindo-se à declaração do Presidente Lula, que chamou seus
Ministros de heróis - logo eles, que vivem com um salário mensal muito além do
que a maioria dos brasileiros pode sonhar!
No
início do ano, a proposta de equiparação dos vencimentos dos Deputados Federais
aos Juízes do Supremo Tribunal Federal já havia revoltado a opinião pública. Vale
lembrar que o resultado da proposta seria um escandaloso reajuste próximo dos
100%. Graças à pressão da sociedade, da opinião pública, os parlamentares
recuaram. Não descansaram, porém, até conseguirem um acordo que possibilitasse
outro reajuste. Agora, acham eles que, com a desculpa de que o índice chegará
para repor as perdas da inflação, tentam fazer com que o povo aceite o aumento
de 26,5%, sendo que os aposentados receberam 5%, e o salário mínimo aumentou
8%. Mas se enganam os Parlamentares, porque o povo vai continuar pressionando
para impedir mais um abuso por parte desse Congresso.
Cabe
a nós nos perguntarmos se não é antiético e injusto os Parlamentares, que estão
no topo da pirâmide salarial, aprovarem um reajuste muito maior do que a
maioria dos nossos trabalhadores consegue conquistar. Justamente no momento em
que os trabalhadores, que recebem os salários menores, reivindicam uma
reposição de perdas. A população brasileira sabe que, muitas vezes, dirigentes
de instituições e Poderes lidam com o dinheiro público de forma imoral. E os
cidadãos que pagam impostos, com toda a razão, não querem arcar com mais uma
conta indevida. Por isso é justa a indignação dos brasileiros, ainda mais
sabendo que a imagem do Congresso está profundamente desgastada pelos
escândalos de corrupção.
A
população precisa continuar pressionando, lotando as caixas de e-mails dos
Parlamentares, e cobrando atitudes razoáveis para que eles possam,
envergonhados, recuar de mais essa manobra. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
(A
Verª Maristela Meneghetti reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti):
Encerrado o período de
Grande Expediente.
Passamos
às
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, neste feriado de Páscoa, fiquei na Cidade e acompanhei alguns
acontecimentos na nossa Capital. O primeiro deles se refere ao recolhimento do
lixo domiciliar. Na minha rua, a Landell de Moura, no bairro Tristeza,
historicamente o recolhimento do lixo se dava todas as manhãs, Ver. Comassetto,
até às 9h da manhã, impreterivelmente. Tanto que no nosso condomínio há um
aviso na porta de que não se deve colocar o lixo após as 8h30min, porque até às
9h o lixo já estaria recolhido.
Já
aconteceu de ser recolhido às 11h, ao meio-dia, a uma hora da tarde, sem
qualquer aviso da empresa que recolhe o lixo.
Nesse
sábado, eu saí da minha residência às 15h30min, e o lixo do nosso edifício e,
portanto, de toda a rua, ainda não havia sido recolhido.
Dá
para imaginar o que aconteceu com aqueles sacos de lixo colocados na rua desde
o início da manhã - e isso eu tenho visto em vários locais da nossa Cidade.
A
empresa é a mesma, e não houve nenhum aviso modificando o horário de
recolhimento do lixo.
Portanto,
o que há é uma completa incompetência gerencial, e com uma conseqüência muito
ruim, porque passa cachorro que rasga o lixo, sai distribuindo os restos pela
calçada inteira, em face da incompetência da atual Administração.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme Barbosa,
agradeço pelo aparte, e quero dizer que eu não acredito que isso esteja
acontecendo só nas ruas onde moram os Vereadores, porque na minha rua tem um
depósito de lixo; na Estrada Três Meninas já fez mais de um mês que lá está,
mais de um depósito de lixo; um outro ao lado da Escola Campos do Cristal, e,
apesar das denúncias feitas pelos professores e pela comunidade, o lixo lá
continua; portanto, isso não é um problema da sua rua, da minha rua, mas creio
que em toda a Cidade.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: É
na Cidade inteira! Aliás, nós estamos chegando à conclusão de que a
Administração Fogaça está-se transformando num lixo. Se a gente pega os jornais,
na sessão de Cartas, é praticamente diária a reclamação das pessoas com relação
a focos de lixo e a problemas de recolhimento.
Por
outro lado, eu circulei na 3ª Perimetral, por óbvio que é uma Avenida com a
qual tenho uma grande ligação por ter gerenciado aquela obra em vários trechos,
e eu estava acompanhado do meu filho, e nós fomos contando as lâmpadas
apagadas, desde o bairro Teresópolis até o Viaduto Jayme Caetano Braun, sobre a
Av. Nilo Peçanha, só no lado direito, e contamos 48 lâmpadas apagadas, sendo
que não são mais de 300, no total, pontos de luz. Isso significa mais de 15% de
lâmpadas apagadas, numa Avenida recente, com instalações otimizadas; mais de
15%!
O
jornal Zero Hora já fez levantamento em algumas ruas da Cidade e chegou a um
percentual de mais de 20%. Eu estava dizendo, aqui, para os meus colegas, que
nós deixamos um percentual de no máximo 3%, e já andava em torno de 10%. Pois
agora está - afirmo sem medo de errar - em 15% o número de lâmpadas apagadas na
Cidade, e é crescente. Mas o Secretário da SMOV, atual, Ver. Maurício, arranjou
uma desculpa que está servindo para tudo, que são os cabos roubados; sempre
houve, e é verdade que há roubo de cabo, agora, só em alguns locais, e a Cidade
está ficando, paulatinamente, mais escura; e é crescente, e a cada mês fica
mais escura. Aliás, o mesmo Secretário - e eu estou começando a achar que é o
pior Secretário que a SMOV já teve nos últimos anos -, com a aprovação de um
projeto, Ver. Newton, importante, um projeto arquitetônico que significa
desenvolvimento econômico para a Cidade, significa construção civil esquentada,
pois do ano de 2004 para 2005, o número de Projetos aprovados diminuiu 19% -
números trazidos e encaminhados pelo Prefeito para esta Câmara de Vereadores -,
com o mesmo número de profissionais, a mesma equipe de engenheiros e arquitetos
que aprovam Projetos; pois diminuiu em 19%. Este mesmo Secretário que tem de
cuidar da iluminação pública, não consegue. É, repito, um dos piores
Secretários de Obra que a Cidade já viu. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.
O
Ver. Dr. Goulart solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 09 de
abril a 14 de abril de 2007. A Mesa declara empossado o Ver. DJ Cássia Gomes,
que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta da nossa Sessão de hoje, colega Verª Maristela Meneghetti;
nobres Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste, TV Câmara, que nos traz
a Cidade até nós, neste período de Comunicações deste Vereador, quero dizer que
lendo os jornais na Páscoa, do dia 06 de abril, o Correio do Povo nos traz a
notícia que estava completando, um dia antes, um ano do término da CPI dos
Correios. Coincidências ou não, eu acho que nós não podemos deixar que esta pizzaria passe em brancas nuvens, isto
em cumprimento ao nosso povo brasileiro. Vejam os senhores que no dia 16 de novembro,
um dia antes de acabar com a pizza do “mensalão”, nós temos uma heroína
nacional chamada Angélica Pereira de Souza, 19 anos, todos nós sabemos que ela
furtou um potezinho de margarina, três reais e vinte centavos. Sabem o que
aconteceu com essa heroína? E que disse que roubou, porque o filhinho estava
passando fome. Ficou 128 dias na cadeia, direto. Para soltá-la, um ano depois,
em dezembro de 2006, ela já estava condenada a quatro anos no regime
semi-aberto.
Mas o jornal Correio do Povo nos coloca os outros
ingredientes: os heróis da CPI dos Correios. Temos aqui, para reavivar a
memória, Waldomiro Diniz, que foi denunciado, e o Governo Federal em vez de
prender o seu Waldomiro Diniz, fechou os bingos, acarretando desemprego em
Porto Alegre; José Dirceu foi o único, aliás, que foi julgado e condenado,
perdendo o seu mandato. Isto está no Correio do dia 6. O seu Delúbio Soares,
expulso do PT, demitido de professor da rede estadual; Marcos Valério; José
Genoíno, famoso irmão da cueca, aquela; Silvio Pereira; Duda Mendonça; Maurício
Marinho; Roberto Jefferson; Henrique Pizzolato e outros. É a impunidade no
nosso País!
Vamos pegar o cálculo do custo deste pote de
margarina: 128 dias, vamos dividir por três reais e vinte centavos: dá 40 dias
de prisão, por um real. Vamos transferir isso, agora, o que foi assacado pelos
“mensalões” deste País: cinco mil, dez mil, a média diz que foi 30 mil, mas tem
gente com milhões! Mas, se fossem 10 mil: 40 dias vezes 10 mil, daria: 400 mil
dias de prisão sem direito à defesa, sem colocar os quatro anos para que ela
foi condenada, quantos anos daria isso de prisão? Mais de mil anos de prisão
que só é imputada à coitada daquela dona da casa, que estava com o filhinho
passando fome, e roubou um pote de margarina.
Os jurisconsultos
falam; um famoso promotor, Roberto Livianu, que a punição tem de ser
proporcional ao grau de lesão oferecida ao bem protegido por lei. Um milhão tem
um impacto “x”, um real tem um impacto “y”, diz ele. Imaginem os senhores se
nós passássemos este País a limpo, trouxéssemos a condescendência de termos um
País sério e honesto, não teria tempo e nem cadeia para todos esses que fazem
do bem público, do imposto do povo, o seu alvo predileto.
Mas eu ainda acredito que este País um dia vai ser
sério, em que as donas-de-casa, em que aquelas pobres criaturas não respondem
só elas perante o nosso Judiciário para que se cumpra a Lei neste País,
que se busque para dentro das cadeias aqueles que realmente lesam,
principalmente, o patrimônio público, porque se eles lesam os terceiros, os
terceiros se defendem, mas o patrimônio público pelos quais já pagamos um
encargo de impostos pesadíssimos sem ter nada em troca, ainda temos que
assistir impassíveis a esse desvio, a esse roubo, a esse desmanche da nossa
Justiça, a essa impunidade que reina no nosso País. Eu não vou me calar, não;
pode ter virado em pizza, mas a minha
consciência faz com que, como Parlamentar desta Casa, que eu quero honrar, de
ao menos vir aqui reavivar e denunciar aquilo que eu achar que for correto.
Muito obrigado pela atenção dos senhores, Muito obrigado Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da
Verª Maria Celeste.
A SRA. MARGARETE MORAES: Querida
Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti; eu também quero, num
primeiro momento, agradecer à Vereadora, nossa Presidenta Maria Celeste, pela
cedência deste tempo; eu gostaria muito de responder ao Ver. José Ismael, hoje
do Partido Democrata, um paladino da moral e dos bons costumes, uma pessoa que
hoje defende os pobres, uma pobre, alguém que foi injustiçada individualmente;
agora, considerando que o PFL, seu antigo Partido, foi daqueles Governos que
aumentou o número de pobres no Brasil, muitos pobres ficaram muito mais pobres
ainda, e os ricos, os poucos, ficaram mais ricos ainda, e um dos Partidos
responsáveis por toda essa miséria social que infelizmente ainda existe no
País, e que começa ser mudado com o Governo Lula.
Mas, até em homenagem ao Ver. José Ismael, eu quero
fazer uma avaliação do Governo Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul, esses tão
propalados cem dias de Governo. Na verdade, a Governadora Yeda conseguiu
explicitar, esclarecer definitivamente o que era o “Novo Jeito de Governar”; a
sociedade do Rio Grande do Sul sabe qual é o seu projeto, quais são as suas
prioridades políticas e administrativas. Eu acho que a marca que fica para
todas as pessoas, hoje, é que é um Governo que não vê, que não enxerga, que não
ouve, não se preocupa com as pessoas, um Governo absolutamente insensível,
Ver.ª Sofia, às necessidades, às demandas legítimas do povo gaúcho. Então, há
um descompromisso absoluto com a valorização do serviço público, uma queda do serviço público; um
Governo absolutamente obcecado pelos números. A própria Governadora,
infelizmente, admite que a sua única preocupação é com o dinheiro, e, por isso,
esse desprezo com o funcionalismo público como um todo. Atrasaram os salários
dos funcionários no mês de março, sendo que a própria Secretaria Estadual da
Fazenda, Ver. Nereu D’Avila, registra que, no primeiro bimestre, o Governo
conseguiu arrecadar o suficiente para pagar em dia os seus funcionários. A
Receita líquida, no primeiro bimestre, foi de 1,1 bilhões de reais, e o valor
que deveria ser gasto com pessoal e com encargos seria um 1,6 bilhões de reais.
Portanto, sobrariam 500 milhões de reais no Estado. Essa foi uma opção
política, uma opção administrativa; este é o “novo jeito de governar”. Ela preferiu
pagar a dívida exatamente no dia 30 de março, quando o Governador Rigotto
pagava sempre no dia 10 do próximo mês, e isso é possível, e nenhuma
consideração com os funcionários que ganham até dois mil e quinhentos reais.
Isso é muito pouco! Agora eu não vejo da Governadora Yeda nenhuma proposta de
mudança para os altos salários. Existem pessoas no Estado do Rio Grande do Sul,
poucos, que ganham muito, que consomem a maioria da folha do Estado, e aí não
há nenhuma proposta de congelamento ou de diminuição desses salários.
Sobre
a Educação: todo o Rio Grande do Sul viu, assistiu às escolas sem professores,
os alunos sem transporte. Foram suspensos os contratos de funcionários e
professores. Na Escola Júlio de Castilhos, por exemplo, aqui em Porto Alegre, não
tem mais quem atenda à Biblioteca da Escola, não tem quem limpe a Biblioteca,
não tem assinatura de nenhum jornal, mas que fosse de um jornal, de uma
revista; não existe. Os professores trazem de casa produtos de limpeza, para
que os alunos tenham acesso à Biblioteca, que está largada às traças,
definitivamente. Em Porto Alegre, uma mãe desesperada - fazia nove dias que
oficialmente tinham iniciado as aulas e não houve nenhuma aula - agrediu uma
Diretora, que não tinha nenhuma culpa disso.
Além
da questão do transporte, além de nenhum centavo aos hospitais do Rio Grande do
Sul, as pessoas que têm doenças mais crônicas, Ver. Aldacir Oliboni, como
fibrose cística, leucemia, os transplantados, eles precisam do medicamento para
continuar vivendo. Não há dinheiro para esse medicamento! Então é um Governo
absolutamente obcecado pelos números, não importa se o trabalho é essencial ou
não; não se estabelecem prioridades.
Nesses
cem dias não há nada o que comemorar no Rio Grande do Sul, nem na Segurança! Eu
queria fazer um desafio ao querido amigo, Ver. Ervino Besson, para mostrar os
números da Segurança no Governo Yeda, comparando com Governo Rigotto; no
Governo Yeda - comparando com o próprio Governo Yeda, no início de seu mandato
-, porque, infelizmente, nós não queremos isso. A violência tem aumentado,
consideravelmente, no Rio Grande do Sul. Então, é esse o registro de quem quer
cortar investimentos e que corta não importa onde - na Educação, na Saúde, na
Assistência Social -? Nenhum gesto, nenhuma postura de cobrança dos
sonegadores, nenhuma postura de extinção dos cargos de confiança! Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo do Ver. Márcio Bins Ely.
O
SR. NEREU D’AVILA:
Ilustre Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, eu trago duas notícias do prestigiado Jornal do Comércio de
hoje, para, em cima delas, tecer alguns comentários.
Em
primeiro lugar, quero elogiar a entrevista dada ao Jornal do Comércio de hoje,
do senhor Bordignon, que, em duas páginas, cuja manchete é (Lê): “Lula acerta
ao ampliar a base aliada”, ele faz uma análise bastante correta, e um trecho da
entrevista eu, até por honestidade política, trago ao conhecimento desta Casa,
e elogio o Sr. Bordignon, porque ele é um Prefeito que se destacou, é uma das
Lideranças do PT e, portanto, merece toda a nossa consideração. Esta é uma das
perguntas que foi feita ao Sr. Bordignon (Lê o Jornal do Comércio): “O Governo
Lula conseguiu um amplo arco de partidos em sua base parlamentar. Como
justificar a dificuldade do PT gaúcho quanto à política de alianças?” Responde
o Sr. Bordignon (Lê.): “Em 1998, quando vencemos a eleição, com o apoio do PDT
no segundo turno, com uma diferença muito pequena, não soubemos valorizá-lo em
termos de espaço como deveríamos. O PDT é um partido com uma longa tradição no
Rio Grande do Sul, com quadros da mais alta relevância e representatividade.
Ele carrega a tradição do getulismo, de Jango e Brizola. Isso está muito
impregnado em todo o Estado. É um Partido que possui uma identidade
programática muito semelhante à nossa, se analisarmos os programas. Com relação
às reformas, por exemplo, o PT, de certa forma, continua o trabalho histórico
do PDT. O PT assumiu as reformas de base, que são bandeiras de 1964, as mesmas
de Jango, que, por sua vez, são as mesmas defendidas por Getúlio, com a
formação da Eletrobrás, Petrobras, defesa do capital nacional, limitação da
remessa de lucros. Há essa afinidade muito grande com o PDT, e não houve a
valorização disso dentro do nosso Governo. Depois, com a filiação ao PT de
secretários que pertenciam ao PDT, como a hoje Ministra Dilma Rousseff, os
pedetistas, na época, não tiveram a possibilidade de indicar novamente os
secretários. Este foi um grave erro, ou seja, o afastamento do PDT. Essa é uma
análise feita por todos nós, inclusive pelo nosso presidente Olívio Dutra, que
tem buscado reparar esse erro político.”
Olhem
só que beleza termos uma liderança respeitável, um Deputado, um ex-Prefeito da
Grande Porto Alegre, um homem lúcido, que faz essa análise e esse
reconhecimento. Para nós, do PDT, é muito importante, e, que eu me lembre, não
havia nenhuma análise ou nenhum reconhecimento oficial publicizado por
Liderança do PT, como faz o Sr. Bordignon, hoje, no Jornal do Comércio, nessa
belíssima entrevista. Isso nos conforta, inclusive para análise da história, em
que muitas vezes nós verificávamos certa arrogância do PT em relação às nossas Lideranças:
Getúlio, Jango, Brizola.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Nereu. Eu
sempre fui daqueles que acharam que a saída do PDT do nosso Governo Estadual
Olívio Dutra foi, na verdade, resultado de uma falta de conversa e de acerto,
porque havia uma queixa de que as Secretarias ocupadas pelo Partido não eram
importantes. Mas veja que a Secretária Dilma hoje é Ministra fortíssima do
Governo Federal, Milton Zuanazzi, que era do Turismo, hoje Liderança, era quase
o vice-ministro do Turismo; e Pedro Ruas, que depois ficou no PDT e saiu do
Governo. Tenho um pouco essa discordância, mas eu sempre disse que nosso lado
era estar junto, e aquilo foi uma falta de comunicação e um desacerto.
Obrigado.
O SR. NEREU D’AVILA: É, eu nem me
refiro à análise do ilustre Deputado Bordignon sobre a questão de Secretários
da época, não; me refiro à questão programática, o reconhecimento de um
Deputado do PT em relação à nossa luta de sempre em torno da Eletrobrás, da Petrobras,
da Vale do Rio Doce - que foi infelizmente privatizada -, e assim por diante.
Então isso é uma análise lúcida, porque críticas, às vezes, tudo bem, mas às
vezes também são cometidas injustiças, e agora nós nos sentimos reparados,
quando ele diz que as próprias reformas de base de Jango Goulart, pelas quais
ele caiu... O Dr. Jango caiu pelos seus acertos, não pelos seus erros; uma das
intenções do Presidente Jango eram exatamente as reformas de base, e, quando
ele diz que o próprio PT dá continuidade a essas reformas, faz justiça àquele
brasileiro, João Goulart, que morreu no exílio; e ao outro brasileiro, Leonel
Brizola, que há dois anos nos deixou, e finalmente Getúlio, que foi o grande
impulsionador da industrialização neste País na década de 50, na sua última
eleição. Agradeço a V. Exa. pela tolerância ao tempo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Peço a V. Exª,
pela terceira vez, esta informação: no dia 1º de março apresentei um
Requerimento, sugerindo que a Câmara Municipal, como instituição, fizesse um
curso ou seminário para Conselheiro Tutelar. Mais uma vez reforço esse pedido.
Acho que a Câmara tem pessoas qualificadas, competentes, para que a Casa, não
um Vereador ou Partido político, mas a Instituição Câmara Municipal de Porto
Alegre faça esse seminário aos candidatos a Conselheiro Tutelar.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Está recebido.
Vou conversar a respeito disso com a Presidenta, Verª Maria Celeste, assim que
ela retornar, Ver. Ervino.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo desta Vereadora.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito
obrigado, Srª Presidenta; Srs. Vereadores, para nossa surpresa, durante as
comemorações da Semana Santa, os espaços da Igreja Católica foram abertos para
o debate sobre o aborto. Um debate de difícil aceitação e de difícil
posicionamento da sociedade. E, como diz o Ministro da Saúde, tem que haver a
coragem para partirmos para um plebiscito, porque qualquer um de nós, qualquer
ser humano que tenha um registro de ácido desoxirribonucléico, o DNA, dentro da
sua célula é evidentemente contra o aborto. Nenhum ser humano que tenha
sanidade, que tenha sensatez, que goze a plenitude de suas funções mentais se
declararia a favor do aborto e tal qual Herodes saísse a matar criancinhas da
forma mais genocida possível.
Esse
debate tem um lado só, é o lado da humanidade, a favor da vida, dessa vida,
dessa biologia e dessas biotas tão agredidas em toda a sua grandeza e em toda a
sua magnitude. E essa semana foi marcada, indiscutivelmente, por um documento
originário na Bélgica e dado a conhecer ao mundo dos malefícios e de um
suicídio coletivo e programado pela espécie hominis. O aborto estaria
incluído, Ver. Dr. Raul, no planejamento familiar, no debate
especialíssimo que se faz com a gravidez na adolescência, cujas origens só
muito recentemente e de poucos dias para cá a metodologia começa a falar em
violência intrafamiliar, e figuras na nacionalidade brasileira, ídolos
brasileiros, foram nascidos da cruza de seus pais com seus irmãos, e essa
maldição social chega aos estamentos religiosos, aos estamentos legais, a toda
uma participação de uma sociedade inteira perguntando sobre a gênese do ser
humano, mas, principalmente, que são colocados também fatores sociais que têm
que ser pesados e têm que aparecer na balança e no equilíbrio de atitudes a
serem tomadas por um fenômeno que já é social e já exige como contrapartida uma
posição política. Eu me refiro ao aborto clandestino, eu me refiro ao aborto do
despreparo, da falta de condições de anti-sepsia, da profunda ignorância que
massacra essas mães; e mãe analfabeta é muito próxima a filho morto e isso é
pesquisa cientifica, e isso é comprovação acadêmica com uma base de
argumentação inequívoca. Nós, que trabalhamos na ponta do sistema, Ver. Dr.
Raul, que estamos nas UTIs, nas emergências, nós vemos diariamente, em todas as
cidades brasileiras, as mães morrendo, em nossas UTIs, de septicemia por causa
desse estigma brutal, que é
causado não só pelo aborto clandestino - e a defesa das mães têm de ser
absolutamente inexpugnável, não podemos entregar e temos de dizer que somos
formalmente contra o aborto, mas a favor da sua descriminalização, em terminar
com o aborto sendo crime, passando a ser uma defesa da mulher brasileira, não
como um procedimento vulgar e de apenas delimitação de uma família! Não, em
absoluto! Mas como uma defesa da mulher brasileira, morrendo todos os dias, nas
UTIs de todos os hospitais do Brasil! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.
A
Verª Maria Luiza está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MARIA LUIZA:
Boa-tarde, Presidenta; boa-tarde, Vereadores e Vereadoras, nossos
telespectadores e todos os presentes aqui, inicialmente, quero registrar, nesta
tribuna, a minha preocupação com o caos aéreo brasileiro. Nos próximos dias,
deve chegar ao Brasil uma comitiva da Associação Internacional de Transportes
Aéreos, entidade esta que reúne 220 empresas do mundo, para discutir com
autoridades e empresas aéreas a insegurança dos vôos que partem e chegam ao
Brasil.
Na
verdade, o Brasil está sendo acusado por não ter um plano de contingência que
resolva a crise do transporte aéreo. É importante relembrar que o acidente com
o avião da Gol, em setembro passado, em que morreram mais de cem pessoas,
trouxe à tona uma série de inquietações, através da imprensa falada e escrita,
que apontaram deficiências de gerenciamento, ausência de equipamentos e um quadro
funcional de controladores de vôo totalmente desassistido, que sinalizava, há
mais de sete meses, um grande pedido de socorro. Passaram-se sete meses e as
intercorrências são inúmeras, desde pessoas passando mal, passageiro perdendo a
vida, perda da doação de órgãos pela inviabilidade do transporte aéreo, atrasos
e perdas de compromissos de trabalho e de lazer. A crise afeta, também, a área
de turismo, e as operadoras de turismo, por conseguinte, estão tendo
dificuldades para sobreviver diante de tamanha instabilidade e de tamanha
irresponsabilidade. Os atrasos nos vôos não podem ser considerados
corriqueiros. Estamos diante de situações que deixaram de ser exceção e, nos
últimos sete meses, vêm se perpetuando como regra.
O
que dizer, então, das rodovias federais, quando muitos optam pelas rodovias e
se deparam com o caos dos buracos, crateras e ausência de sinalização?
É
duro ser tomado por uma carga tributária altíssima, e, no cotidiano, nos
depararmos com a ausência de gestão do dinheiro público. A sociedade tem que
contar com serviços públicos de qualidade que primem pela eficiência e pela
eficácia.
Já
se fala em apagão da Saúde pública, mas, para muitos brasileiros, ela já
chegou; são aqueles que não conseguiram fazer valer o art. 196 da Constituição
Federal, que assegura o direito de acesso universal a todos os cidadãos. Na
verdade, os gestores não aplicam em Saúde o que manda a Constituição. A Emenda
Constitucional nº 09 definiu que a União deve investir 10% de suas Receitas, e
o Estado, 12%. Recentemente, houve um corte de R$ 5,8 bilhões do Orçamento da
União para a Saúde. Desde 2003, tivemos 11 hospitais fechados no Estado do Rio
Grande do Sul. Em conseqüência, tivemos a redução de dois mil leitos e dez mil
postos de trabalho. Conseqüentemente a tudo isso, a Capital gaúcha aponta 15
mil pessoas na fila de espera por uma cirurgia. E trago a esta tribuna um
questionamento em relação à CPMF, que foi criada em 24 de dezembro de 1996, com
destinação integral para a Saúde. É preciso transformar a indignação em
cobranças - pelos que morrem sem serem atendidos, ou por aqueles que aguardam
há meses por um atendimento. Discursos do tipo “A Saúde no Brasil está
atingindo a perfeição” subestimam a realidade apontada no cotidiano da
população brasileira. Não tenho dúvida: temos que sinalizar para a população
seus direitos legítimos, pois, esgotadas as instâncias da paciência, o
Ministério Público pode e deve ser acionado. Não podemos mais conviver somente
com a indignação; temos que procurar soluções. Mesmo que o Judiciário tenha
acúmulo de processos, a sociedade civil precisa acionar esse direito
assegurado. Não podemos continuar legitimando a inércia, diante de situações
que exigem eficiência e eficácia do Poder Público. A ausência de repasses da
União aos Estados inviabiliza diretamente os Municípios e, por conseguinte, as
demandas locais são transferidas para a Capital gaúcha.
Deixo
aqui meus questionamentos: seria o problema do caos aéreo a ausência de
equipamentos com tecnologias avançadas? Seria a ausência de recursos humanos
qualificados? Ou existe, na verdade, a defasagem salarial, e o Governo busca
encobrir isso?
Por
fim, Srs. Vereadores, creio que seja uma curiosidade de todos nós brasileiros
saber qual é o destino real da CPMF, haja visto que já se passaram mais de dez
anos. Esse tal imposto, ao ser implantado no Governo passado, foi alvo de duras
críticas, no entanto, o atual Governo já está no seu sexto ano, e ao que parece
não será revogada. Logo, cabe-nos saber para onde está indo essa valiosa arrecadação
da CPMF. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maria Luiza.
Está
encerrado o período de Comunicações. Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 1090/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/07,
de autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o prêmio jurídico Otávio
Francisco Caruso da Rocha ao Senhor Walter Jone dos Anjos.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 5931/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 253/06, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que institui o Paz na
Escola, programa de ação multidisciplinar e de participação comunitária para a
prevenção e o controle da violência nas escolas do Município de Porto Alegre,
determina sua implementação por meio da criação de Equipe de Trabalho em cada
unidade escolar, define atribuições dessa Equipe, incumbe a Secretaria
Municipal de Educação de criar núcleo central e núcleos regionais para
coordenar as ações deste Programa e dá outras providências.
PROC. Nº 0722/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o título
honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Tânia Conceição Sporleder de
Souza.
PROC. Nº 0869/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 013/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui o Prêmio
Aluno Modelo nas redes de ensino pública e privada, no Município de Porto
Alegre.
PROC. Nº 1400/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/07,
que autoriza o Município de Porto Alegre a receber imóveis da Companhia de
Habitação do Estado do Rio Grande do Sul – COHAB – em liquidação, situados na
Rua Dona Teodora, em dação em pagamento de dívida tributária, e dá outras
providências
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores, Vereadoras,
cidadãos, cidadãs, queria saudar o Sr. Alexandre Appel, que dirigiu o nosso
Procon estadual, defensor dos consumidores, que nos honra com sua visita. Hoje,
nós temos, Verª Neuza, o prazer de voltar a comentar um projeto de V. Exª, que
institui o Paz na Escola, programa de ação multidisciplinar e de participação
comunitária para a prevenção e o controle da violência nas escolas do Município
de Porto Alegre, determina sua implementação por meio da criação de Equipe de
Trabalho em cada unidade escolar, define atribuições dessa Equipe, incumbe a
Secretaria Municipal de Educação de criar núcleo central e núcleos regionais
para coordenar as ações desse programa e dá outras providências. Efetivamente,
depois que nós vivenciamos tragédias, verdadeiras tragédias de morte de
crianças, de assaltos permanentes em escolas, como vivenciamos momentos em que
uma professora serviu de escudo num assalto em uma escola da Zona Norte, tantos
outros que poderíamos aqui citar, nós, efetivamente, temos que nos debruçar
sobre este ou qualquer outro Projeto que venha no sentido de trazer a paz nas
escolas, a paz na Cidade, a paz na sociedade. Ontem, verificamos, mais uma vez,
no Rio de Janeiro, que a população tomou a dianteira no processo da busca pela
paz, fazendo uma magnífica manifestação na praia, vestidos de preto, por meia
hora deitados na praia de Copacabana clamando por paz. Foi algo que marcou, que
ficou registrado e eu penso que, a partir de atividades como essa, os
governantes devem começar a pensar e repensar as suas políticas.
Mas,
Verª Neuza, o problema é que hoje, na nossa Administração Municipal, em vez de
se pagar horas extras para os servidores, estão engordando os CCs com pagamento
de horas extras, com outros penduricalhos, como, por exemplo, insalubridade. Eu
não sabia que um Cargo de Confiança poderia receber insalubridade. Pois isso
está havendo! Afinal de contas, um CC não faz trabalho específico de um
técnico, não poderia fazer um trabalho específico de um técnico para receber
qualquer tipo de adicional - adicional noturno, adicional de insalubridade,
seja lá o que for. O Cargo de Confiança é uma atividade que onera o Município
especificamente para o cumprimento de uma atividade de assessoria para o
dirigente. Portanto, não nos parece correto o que está havendo hoje na
Prefeitura, porque, na verdade, nós estamos fazendo com que não haja guardas
suficientes nas escolas. Inclusive, já conversei com o Secretário Kevin, que
confessou que há falta de Guardas Municipais, e eu disse ao Secretário que, se
necessário for, terá o nosso apoio para que haja mais Guardas Municipais e,
principalmente, para cobrir a questão das escolas, para cobrir os postos de
saúde. É uma contradição o que nós estamos vivendo, hoje, na Administração, com
essa postura de pagar hora extra para CC e cortar hora extra de servidor.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, concordo
plenamente com a questão que tu levantas, e quero ajudar lembrando - sei que tu
sabes - que no Parque Germânia, hoje, tem uma série de Guardas Municipais. E
dizem que os moradores possibilitaram ali uma guarita e bicicletas, e estão lá,
no Parque Germânia, na verdade, fazendo uma guarda quase que particular, quase
que privada. Então, me parece incorreto. As escolas estão, sim, com poucos
guardas, e os guardas fazendo horas extras, sem aquela construção de apoio
sistemático que vinha melhorando as condições das escolas.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, hoje houve uma
manifestação, na frente da Prefeitura, com funcionários do DMAE, da SMOV e da
SMED, reclamando exatamente de horas extras já realizadas há muito tempo,
levadas para um banco de horas e não pagas pela atual Administração. Então,
está esquentando o clima com os servidores municipais.
O
SR. ADELI SELL: Desse
jeito nós não teremos nem paz na escola, nem paz no posto de saúde, nem paz na
Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssima
Srª Presidenta, nobres Vereadoras e Vereadores, venho em Pauta - eu estive
lendo com atenção, só que não o tenho agora - falar sobre o Projeto sobre
segurança, da colega Verª Neuza Canabarro, que busca levar essa grande
preocupação, ímpar, do nosso Brasil, sobre a crise na segurança, pela qual nós
estamos passando, nas escolas, para que os professores, a estrutura da escola,
os pais, os alunos tenham uma educação voltada para o problema da nossa
Segurança Pública.
Nessa
Páscoa, Verª Neuza Canabarro, 24 gaúchos foram assassinados, e mais 12 morreram
no trânsito do nosso Estado. No ano passado, 50 mil brasileiros foram
assassinados, enquanto que na Guerra do Iraque foram em torno de 30 mil, 35 mil
pessoas. Esse é um problema que está-se avolumando nos dias de hoje, cada vez
indo para um gargalo, num desconforto desespero, com certeza, de um desespero.
No
jornal O Sul, hoje, tem uma pesquisa sobre a pena de morte, e o povo optando
por essa solução: 55% preferindo a pena de morte contra 40%. Eu sempre fui
contra a pena de morte, mas no nosso País, pelo descaso tão grande que nós
estamos tendo quanto à segurança pública, quanto ao direito à vida, a gente
começa a balançar a respeito de ser a favor ou contra a pena de morte. E tudo
que se faz, que se tenta fazer neste País, nós temos um grande paradigma, que é
o nosso Presidente da República, que simplesmente diz que tal coisa não adianta
fazer, porque não resolve o problema; e o pior, nada é feito!
Então,
essa tentativa da nobre Vereadora, colega desta Casa, de levar esse debate para
dentro do colégio, essa conscientização, é um passo a mais. Com certeza, não
vai resolver, mas, com certeza, vai fazer com que esse parâmetro venha ajudar a
diminuir, que se consiga ao menos evitar uma morte com essa iniciativa que nós
vamos tomar, e eu acredito que o Presidente da República já teria lucro, ou a
vida de um brasileiro não tem valor? Ou a CPI do apagão aéreo não tem objetivo?
Nós já tivemos uma morte acantonada nos nossos aeroportos! E os 154 que
morreram? Não interessa de quem é a culpa, se é do brigadeiro de ontem, se é do
brigadeiro de hoje, se é do administrador do PT ou se é o da ANAC. ANAC,
Agência Nacional do quê? Desapareceu, não existe mais. ANAC, eu acho que esse
“C” é realmente o que estavam fazendo quando eclodiu a crise do aeroporto.
Estavam fumando charuto na Bahia ao invés de estarem a postos, de estarem
preocupados com esse problema de seis meses no nosso País. Nós estamos
enjaulados nas nossas casas, nós precisamos, para poder andar com segurança,
para poder nos dirigir dentro de Porto Alegre, em todas as cidades deste Brasil,
de um encouraçado, e o Presidente da República acha que tudo está normal, que
nada adianta ser feito!
Parabéns
nobre Verª Neuza Canabarro, pode contar com o nosso apoio. Toda e qualquer
iniciativa que nos leva à solução de salvarmos uma vida apenas, merece nosso
esforço. Nesse sentido, a senhora poderá contar com o apoio deste parlamentar
na busca de uma solução que seja, mas que venha ao menos minorar esse espanto
escandaloso do desprezo à vida humana dos brasileiros. Mas eu ainda acredito e
tenho a fé em que Deus é brasileiro, e que alguma coisa vai sobrevir para que
isso pare de acontecer. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sra.
Presidenta, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, 99 dias de Governo.
Noventa e nove dias da Yeda no comando do Governo do Rio Grande do Sul, e, até
agora, a nossa Governadora não fez nada para a nossa comunidade da Av. Baltazar
de Oliveira Garcia. Amanhã, completam cem dias! Será que a Governadora vai ter
mais trabalho para dar oportunidade ao comércio, aos pequenos empresários? Será
que a Governadora pode dar uma olhada para nós, que somos pequenos? Noventa e
nove dias! Amanhã cem, e assim por diante.
O
Prefeito José Fogaça vai intermediar essa audiência com a Governadora, quem
sabe pode ser amanhã, quarta-feira ou quinta-feira. Mas seria muito importante
para nós que, nos cem dias, a Governadora desse uma determinação para que
começassem as obras imediatamente. Mas parece que não vão começar.
Eu
quero pedir o apoio do Ver. Luiz Braz e do Ver. Cláudio Sebenelo; nós corremos
juntos e pedíamos para a Yeda, e pedíamos socorro para os moradores: votem na
Yeda. E a Yeda, até agora, nem sequer olhou para nós, Vereador.
E
eu estou muito triste, porque a Governadora não deu uma resposta para este
Vereador que tanto fala e tanto pede em nome dos comerciantes e dos pequenos
empresários da Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Estamos aguardando. Quem sabe a
Governadora resolva nos atender rapidamente, e resolva o problema, que está
causando muitos prejuízos à sociedade. E é muito prejuízo mesmo! O prejuízo é
tão grande que, se começamos a calcular, não temos idéia do desemprego, do
cidadão que precisa da sua empresa e tem que pagar aluguel, tem que pagar luz,
tem que pagar IPTU e não tem para pagar. Como é que faz para levar o
sustento para a sua família? Tem “n” pessoas que trabalham com dificuldade. Se
fosse fácil, todo o mundo seria empresário hoje. Mas é difícil! Eu estou
aguardando uma resposta da Governadora, e quero pedir aos meus companheiros:
vamos junto nessa, porque nós precisamos resolver o problema da Baltazar! Eu
quero convidar o Vereador que está tomando chimarrão, Mario Fraga, que também
participou da nossa caminhada naquele dia. Eu achei muito importante participar
e demonstrar que se está do lado da sociedade, e o que nós precisamos é
resolver o problema. E esse problema quem causou foram eles, não fomos nós; não
fomos nós, que temos comércio, que quebramos a Baltazar. Se eles não tivessem
condições de abrir a Baltazar, que abrissem por etapas. Abriram a Baltazar
toda, e está todo o mundo num prejuízo incalculável.
Meus amigos, também quero falar do Secretário de
Segurança. Eu tenho gostado muito desse Secretário, porque ele está
trabalhando, está mostrando serviço; é um Secretário que veio para mostrar para
a comunidade que está com determinação. Isso é muito importante para nós, que
queremos segurança. O Secretário Enio Bacci está de parabéns, porque tem feito
muito! E eu estou gostando, porque tem barreira em todos os lugares; não é só
na vila; é no lugar rico, na zona rica também. Todo o mundo está sendo parado
nas barreiras, e eu estou gostando de ser identificado, quero ser ainda mais
identificado, porque gente que não deve não tem medo. Eu não tenho medo da
Brigada, eu quero ter de parar e ser identificado, porque os ladrões andam tudo
aí assaltando, roubando, enfim, e a barreira é o jeito de inibir um pouco esses
marginais.
Seriam estas as minhas palavras. Quero agradecer ao
meu Partido pela oportunidade de ter me permitido falar em nome dos nossos
amigos Vers. Elói Guimarães, Maria Luiza, Nilo Santos, Dr. Goulart, meu Líder,
e de dizer que está chegando o dia! Eu estou ansioso: amanhã se completam os
cem dias; vamos ver se a nossa Governadora vai nos atender. Até agora ela não
deu sinal nenhum de nos atender. Eu estou aguardando. Professor Garcia, também
quero convidar o senhor para ficar solidário aos comerciantes da Baltazar. Nós
precisamos do apoio dos Vereadores, precisamos muito dos senhores e senhoras!
(Aparte anti-regimental.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado,
Vereador, obrigado. Seriam estas as minhas palavras.
Queria dizer também que fiquei solidário, e fiquei
triste quarta-feira passada, às onze e meia da noite, quando fizeram, aos 48
minutos, um golzinho lá no Internacional. Fiquei meio solidário, triste também!
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Para esclarecer ao Ver. Ervino Besson, a Câmara estará
realizando um seminário sobre gravidez na adolescência nos dias 25 e 26 de
maio. O público-alvo é a população atendida pelos programas de saúde da mulher,
organizações de políticas públicas e direitos das mulheres, da criança e do
adolescente, e formação para os conselheiros tutelares.
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento):
Minha cara Presidenta, peço que me perdoe, mas eu gostaria que V. Exª lesse de
novo, porque não consegui ouvir na íntegra o que V. Exª leu.
(A
Presidenta procede à releitura de parte do documento.)
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento):
Vereadora, não é bem sobre isso o meu Requerimento. Eu acho que o que V. Exª
leu é oportuno, eu acho que é um segmento bom para a Cidade, mas o meu
Requerimento é que a Câmara Municipal faça, sim, um seminário, um curso para os
candidatos a Conselheiro Tutelar, não a um Partido político, nem a um Vereador.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): V. Exª faça, por gentileza, o seu Requerimento por escrito.
O
SR. ERVINO BESSON: Eu já
fiz por escrito! Dia 1º de março, por escrito. Quero que a Casa, a Câmara
Municipal, como instituição, faça um curso para os candidatos a Conselheiro
Tutelar. Nós temos gente preparada para isso!
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Mas isso aqui é um curso preparatório a um tema que faz
parte do Conselho Tutelar, Vereador!
O
SR. ERVINO BESSON: Há
vários segmentos aí.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Exatamente, e esse aqui é um deles!
O
SR. ERVINO BESSON: Não é
isso que eu quero, Vereadora. Não é isso o que eu quero!
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
Ver. Brasinha fez aqui uma analogia ao final do jogo, aos 48 minutos. Com a Av.
Baltazar eu sou solidário, mas, com relação a esse último, V. Exª sabe que não
posso ser solidário.
Hoje, em 1ª Sessão de Pauta, há um Projeto de nossa
autoria, que concede o Prêmio Jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao
Senhor Walter Jone dos Anjos.
Walter Jone dos Anjos é bacharel formado em
Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da UFRGS, com curso de
especialização em Ciências Penais, Administração e Planejamento Urbano; fez o
Curso da Escola Superior de Magistratura; foi Assessor Jurídico, durante muitos
anos, da Superintendência de Desenvolvimento Urbano e Administração Municipal
do Estado do Rio Grande do Sul; foi Procurador do Estado; durante muitos anos
coordenou a Procuradoria de Assistência Jurídica aos Municípios, e fez inúmeros
trabalhos quanto à questão da emancipação dos Municípios do Rio Grande do Sul.
O Dr. Walter também teve a oportunidade de trabalhar, por algum tempo, aqui na
Câmara Municipal de Porto Alegre, na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento
e do Mercosul, ajudando a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Agora, no dia 16 de abril, seu filho, Luís dos
Anjos, será empossado como Procurador-Geral da República.
O que estamos propondo é que este Prêmio seja
concedido por unanimidade, devido à magnitude da importância que Walter Jone
dos Anjos, como jurista, teve e tem nesses assuntos aqui no Rio Grande do Sul.
Quero também falar, de forma bem rápida, num
Projeto do Ver. Haroldo de Souza, que institui o Prêmio Aluno Modelo nas redes
de ensino público e privado, no Município de Porto Alegre. Certamente esse
Prêmio que o Ver. Haroldo de Souza está propondo tem o seu mérito, mas eu quero
registrar que este Vereador, conjuntamente com a Verª Margarete Moraes, o Ver.
Luiz Braz e o Ver. Sebastião Melo, ficamos encarregados de fazer uma proposta
de enxugamento dos diversos títulos aqui da Casa. Hoje são mais de 88 títulos concedidos aqui, nesta Casa, e
essa Comissão está propondo uma redução para que fiquem em aproximadamente 20
títulos. Gostaria, inclusive, que os Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras lessem
com atenção a proposta para que - quando nós formos discutir aqui, no Plenário,
a futura alteração, que vigorará a partir de 2008 - possamos ter esse
discernimento.
E,
então, é em cima disso que quero fazer este apelo ao Ver. Haroldo de Souza para
que leia, com atenção, essas propostas de alterações, porque a cada Prêmio que
nós vamos instituir fica uma situação difícil; e eu volto a dizer: há quase 90
Prêmios hoje na Casa. E a proposta é fazer por área uma dimensão que não ficará
em mais de 20 Prêmios, que seria uma valorização para os diversos Prêmios. E
tenho certeza de que na medida em que os Vereadores se apropriarem dessas
informações, outras contribuições virão para o crescimento. Porque, muitas
vezes, a Câmara Municipal de Porto Alegre é criticada pelo número excessivo de
títulos, cerimônias e Sessões Solenes que são aqui distinguidas. Mas quero
também ressaltar que cada um dos títulos, cada uma dessas honrarias tem o seu
valor e o seu mérito. Por isso, faço questão de fazer este registro. Muito
obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Professor Garcia.
Gostaríamos
de registrar a presença da Escola Estadual de Ensino Fundamental Jardim Vila
Nova. Estão aqui 30 alunos da 3ª série, coordenados pelos Professores: Márcia
Rejane Santos, Julia Cypriano, Salem Cris. Essa atividade faz parte do Projeto
de Educação Política que o Memorial desenvolve com as escolas e entidades de
Porto Alegre e da Região Metropolitana. Sejam muito bem-vindos os alunos da
Escola.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Verª
Maristela Meneghetti, Presidente; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas
galerias, através da TVCâmara, e, em especial, as crianças hoje aqui presentes
ao nosso plenário. Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna
hoje, em período de Pauta, para debater Projeto que tramita em 2ª Sessão, Projeto
da Verª Neuza Canabarro, que instituiu o Paz na Escola, programa de ação
multidisciplinar e de participação comunitária para prevenção e o controle da
violência nas escolas do Município de Porto Alegre, determinando a sua
implementação por meio da criação de equipe de trabalho em cada unidade
escolar, definindo atribuições da equipe, incumbindo a Secretaria Municipal de
Educação de criar núcleo central e núcleos regionais para coordenar as ações
desse programa, dando outras providências. Inicialmente, gostaria de
cumprimentar a Verª Neuza pela iniciativa; tenho certeza de que todos os
movimentos que puderem ser coordenados e organizados pelos Vereadores desta
Casa, que possam trazer benefícios à segurança dos munícipes de Porto Alegre,
devem ter o nosso apoio.
Quero
dizer também que atentamente escutei os oradores que me antecederam nesta
tribuna, no período de Pauta, em especial o Ver. Ismael, que destacou os
índices altíssimos e o número expressivo de assassinatos ocorridos no Estado
durante o feriadão de Páscoa.
Quero,
também, dentro desse assunto que a Vereadora traz à Pauta, através do seu
Projeto de Lei que visa, justamente, à segurança das crianças nas escolas de
Porto Alegre, dizer que é uma ferramenta que a Vereadora intitula como Paz na
Escola, para um novo programa a ser implementado pelo Município nas escolas.
Também
quero dizer que, na semana passada, dia 4 de abril, a imprensa nos trouxe a
notícia de que a Guarda Municipal de Porto Alegre teve o porte de armas
liberado. Os documentos serão entregues pela Polícia Federal a esses servidores
que passaram por treinamento e por testes. A Guarda tem 120 servidores
autorizados a portar armas, que atuarão em 24 viaturas. Tenho certeza de que,
tanto o Governo Municipal, como o Governo Estadual têm unido esforços no
sentido de qualificar a questão da Segurança.
E
acho que, nesse sentido, a Vereadora vem contribuir com seu Projeto, porque,
realmente, nas escolas, nós percebemos, Srª Presidente, um núcleo que tenta
atrair os nossos jovens para fora do eixo escolar, qual seja, o núcleo da
bebida, o núcleo da droga, aquelas pequenas agremiações que se reúnem no
entorno dos portões das escolas do nosso Município, e que vêm buscar nos nossos
jovens, em função das facilidades de acesso no diálogo com o jovem, colocá-los
num caminho que não o da educação, que não o da formação, que não o do esporte
e da cultura, mas no caminho das drogas.
Então,
tenho certeza de que é um Projeto importante, Vereadora, porque instituir o
Projeto Paz na Escola deve ser debatido, deve ser encarado como um Projeto que
busca trazer uma alternativa, uma ferramenta alternativa para que a nossa
Guarda Municipal, a nossa Brigada Militar, em Porto Alegre, através da
Secretaria da Educação, através da Secretaria de Segurança Municipal, possam,
de maneira conjunta, trazer mais um instrumento de combate ao crime. Toda e
qualquer movimentação que se coordenar e se organizar no sentido de combater o
crime na nossa Cidade merece o nosso apoio.
E,
por isso, faço esta ressalva, este encaminhamento, neste período de Pauta,
cumprimentando a Vereadora autora do Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Carlos Nedel está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, em primeiro lugar, agradeço aos companheiros Comassetto e Guilherme
Barbosa, que me cederam o tempo de discussão da Pauta, para que eu pudesse
comentar o Projeto da Verª Neuza, e também sobre a conjuntura em que ele se
apresenta.
Essa
proposta de instituir o Paz na Escola, Verª Neuza, demonstra uma preocupação
que é de todos nós, apesar de eu achar que a impotência da escola, quando não
há uma gestão pública que a priorize, nos mostra não há a preocupação de garantir
materialidade para essa segurança acontecer, de garantir formação aos
professores, de garantir professores em sala de aula.
É
impossível imaginar que a escola, do jeito que está, vai dar conta disso
sozinha.
Na
rede municipal de ensino houve um processo grande de investimento, de discussão
com relação a essa questão da violência, na construção da paz, com a assessoria
da UFRGS, com um projeto permanente, e, ao lado desse projeto, que tem todo um
debate pedagógico, nós trabalhamos com uma estruturação física das escolas da
rede, com proteção, com inclusão do Guarda, da sabedoria da Guarda Municipal
para melhor construir a segurança nas escolas. Agora, a situação das Escolas
Estaduais é dramática.
Acho
que as Escolas Municipais - e o Ver. Adeli já pautou aqui - estão sofrendo com
as prioridades que a atual Direção da Guarda Municipal tem, que não são
exatamente a segurança na periferia e no serviço público - vide a situação do
menino na FASC que foi morto dentro do espaço da FASC, e, na seqüência, dois dias
depois, os funcionários fecharam o módulo para pedir segurança e presença de
Guarda Municipal - e, lá no Parque Germânia, não tenho dúvida de que eles estão
lá.
Agora,
a situação das Escolas Estaduais é algo dramático, porque além de viverem uma
situação física completamente desprotegida, sem investimentos, há tempos, no
ano passado, por seis meses, Ver. Comassetto, houve falta de repasse de
recursos, e as escolas têm problemas desde os fios, desde a iluminação, eles
não podem trocar uma lâmpada, porque não têm recursos. Agora vivem um QPE
(Quadro de Pessoal por Escola) forçado, com a ausência de professores, de
funcionários, transformados em números, para que se enxugue, mais uma vez, em
cima da miserabilidade da Educação no Estado do Rio Grande do Sul.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia, eu quero
cumprimentar V. Exª pelo tema abordado e dizer que nós, na Comissão de Direitos
Humanos e Segurança Urbana recebemos mais de dez denúncias de roubos e assaltos
a escolas. Poderia dizer que a Escola Monte Cristo, a Escola Urubatã, a Escola
Araguaia, e um conjunto de outras escolas que foram roubadas, desde o seu
material didático, ou que as crianças estão sendo assediadas na frente das
escolas por um conjunto de delinqüentes. Fizemos um debate na última semana,
aqui na Comissão de Direitos Humanos, e é notória a falta de integração do
Município com o Estado no que diz respeito à Segurança. Nós estamos promovendo,
na nossa Comissão, um Seminário sobre Segurança Pública, voltado às Escolas e
Postos de Saúde. Muito obrigado.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Parabéns,
Ver. Comassetto, nós estaremos integrando esta discussão dentro da CEDECONDH, e
eu quero incluir na lista a Escola Lea Rosa e o Instituto de Educação - que está
pedindo socorro, foi assaltado sete vezes, de janeiro para cá - e fomos ver a
situação, a Câmara foi visitar, a Presidente Celeste, eu e o Ver. Brasinha
estivemos lá, e a situação é dramática: o ginásio fechado há dois anos, uma
escuridão total ao redor da Escola, roubo de fios... E a Secretária de Educação
faz um artigo no Correio do Povo colocando foco na aluna e na sala de aula; e a síntese do artigo é que em vez de
nomear três mil professores, vão nomear bem menos, e situações incríveis,
inaceitáveis, como o remanejamento de todos os professores dos setores para as
salas de aula. As escolas têm de funcionar nas condições paupérrimas em que
estão, apenas com Direção e professores; professores que estão há dezessete
anos na Biblioteca, por problemas de saúde, por problemas emocionais, por terem
limitações, foram colocados em sala de aula, e, em seguida, tiraram
licença-saúde; há turmas sem professor. Não dá para fazer - e a Verª Neuza
concorda, aqui, com a cabeça - um QPE dessa maneira: sem uma construção
coletiva, o que resultou que o conjunto de Diretores - porque nem chamados pela
Coordenadoria que foi nomeada depois no início das aulas -, foi o que organizou
uma reunião, foi entregar documentos, porque é inaceitável uma política dessas.
Quer
dizer, nos cem dias da Governadora Yeda, como dizia aqui a Verª Margarete
Moraes - esta é uma das faces mais tristes do seu Governo - a Educação está na
pior crise que podia estar vivendo - estrutural, material, de desrespeito aos
recursos humanos, aos alunos e aos pais. Isso é lamentável.
Acho,
Verª Neuza, que a sua proposta tem uma boa intenção, mas sem a materialidade,
sem gestores com compromisso, e com a
falta de prioridade na Educação, ela acaba não se realizando.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Sofia. Encerrado o período de Pauta.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Vereadora
Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras,
cidadãos e cidadãs, é importante que nós possamos nos manifestar sobre alguns
descalabros que acontecem no Estado. A Verª Sofia acabou de colocar os
problemas nas escolas do Estado, e nós estamos com cem dias de Yeda Crusius no
Piratini, um Governo muito longe do povo, mas, afinal de contas, a Governadora
disse que o seu Governo seria radical e, de fato, a Governadora é radical -
radical no corte de verbas para a Saúde; atrasa os salários dos servidores; na
Educação não quis papo, não quis negociação, não fosse a pressão popular, não
fosse a pressão dos Prefeitos, o que seria do transporte escolar?
A Governadora Yeda, em vez de chamar Técnicos do
Tesouro para ajudar o seu Governo a combater a sonegação!? Não, ela não faz
isso! E tem mais, nós defendemos a Brigada Militar quando ela faz coisas
corretas; agora, quem deu ordem para que o brigadiano que fica na rua, que fica
nas estradas, para a Polícia Rodoviária Estadual não poder autuar automóveis
que carregam pirataria, contrabando e coisas do tipo, se não tiver presença de
um Oficial? Quem deu essa ordem? Dos que defendem aqui que está uma maravilha,
que o Secretário está fazendo, pintando e bordando, eu quero saber?
Respondam-me: quem deu essa ordem? Foi o Secretário Enio Bacci? Se foi, está
errado. Se não foi ele, estão sabotando a atividade dele, porque até é uma
contradição. Porque algumas atividades foram feitas, por exemplo, em
ferro-velho - que já fazia tempo que não eram feitas -, e isso nós apoiamos;
então, nós queremos saber. Mesmo sem estrutura, os fiscais de Passo Fundo, os
Técnicos do Tesouro, apreenderam 75 toneladas de carne; só em tributos e mais a
multa deu mais de 200 mil reais. Se houvesse fiscalização, se houvesse
estrutura para o servidor poder trabalhar efetivamente, seria outra a situação
do Rio Grande do Sul nos dias de hoje. Mas, a Administração que apenas pensa em
caixa, evidentemente que não vai se preocupar com a questão dos servidores
públicos.
Agora vem a história do Banrisul. Dizem que
colocarão à venda ações do Banrisul, meu caro Ver. DJ Cássia. Será que vão ser
as atuais ações do Governo do Estado que serão colocadas no mercado de ações,
na Bolsa, para serem vendidos? Se for isso, significa privatização pura e
simples! Ou aumentará o capital? O Governo não diz.
Ouvi algumas pessoas falarem que é falta de
transparência. Não é o problema de falta de transparência, até agora foi dito,
será feito. Só não está dito como será feito.
A questão da Educação - já lembrada aqui, já
referida aqui - não é apenas a questão do transporte escolar; faltam
professores. Os diretores tiveram que ir para a frente da SEC, na semana
passada, reclamar a falta de professores. E eu falo disso, porque há uma falta
muito grande de professores do Ensino Médio em Porto Alegre. Várias são as
escolas com falta de professores, já referidas aqui anteriormente.
Mas, e a Saúde Pública? Porto Alegre quer saber! E
os nossos 25 milhões da Saúde que não vieram para cá? Veja o descalabro, Ver.
Oliboni, da nossa Saúde Pública: fecha o Posto da São José, um posto do Estado!
Do Estado! Nós queremos soluções.
Mas eu não posso apenas falar da Governadora Yeda,
eu preciso falar, também, do Fogaça; e preciso perguntar como agüentar a
sujeira da nossa Cidade e o matagal tomando conta da Cidade. O que será feito?
Ou o Governo não tem nada a nos dizer. Parece que a Bancada da situação, hoje,
não está a fim de falar, porque não ia nem se inscrever em liderança; mas, quem
sabe, depois da nossa fala, alguém tenha coragem de defender o Governo. Acho
difícil, porque na semana passada teve a votação de um Projeto, aqui, que foi
de 27 a 1. E é isso aí, obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Apregôo o
recebimento de Ofício datado de hoje, subscrito pelo Ver. Elói Guimarães,
Presidente do PTB, que informa que, a partir de 15 de fevereiro de 2007, o Sr.
Jesus Cassiá Lopes Gomes passou a pertencer ao Partido Trabalhista Brasileiro,
com o nome parlamentar de DJ Cassiá Gomes.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Maristela Meneghetti,
presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras
e senhores; eu não sei como, ainda, algumas lideranças petistas têm a coragem
de vir à tribuna pedir às emissoras de rádio, televisão e também aos jornais,
para fazer cobranças sobre eficiência administrativa e sobre moralidade - ainda
mais quando essas cobranças são feitas em cima de um trabalho que tem apenas
cem dias. Eu gostaria de lembrar ao Ver. Adeli Sell que, quando o Governo do
seu Partido esteve à frente do Piratini, nos primeiros cem dias de Governo,
apesar de receber um caixa recheado, nos primeiros cem dias de Governo a maior
ação que aquele Governo tinha feito foi ter mandado a Ford embora e ter
infelicitado toda a população de uma região, que é a região de Eldorado do Sul,
de Guaíba. Toda aquela região ficou infelicitada exatamente por causa desse ato
mesquinho, de vândalos administrativos, que foram realizados naquela época. E
eu quero dizer que não foi só a Ford que foi embora, porque, com a ida da Ford
embora, várias outras empresas também acabaram não se instalando no território
gaúcho, exatamente por problemas daquela Administração e pelo descrédito em que
ficou o Rio Grande do Sul por causa daquele ato, Ver. Sebastião Melo; que, realmente,
foi um dos atos mais nefastos que a nossa sociedade já sofreu.
Mas eu não ouvi o Ver. Adeli e nenhuma Liderança do
PT vir aqui e explicar, por exemplo, que o seu Partido recebeu mais de um
milhão de reais - comprovados - do “mensalão”; e as suas Lideranças tiveram que
devolver apenas cinco cestas básicas. Eu não sei por que não houve uma crítica
ao Judiciário, porque o PT
costuma fazer críticas a todos os setores. E não fez críticas ao Judiciário,
porque condenou o seu Partido a apenas devolver, a apenas pagar cinco cestas
básicas, quando tinha recebido mais de um milhão de reais do tal “mensalão” -
dinheiro sujo, dinheiro criminoso, que chegou aqui para o PT. Mas se não fosse
só isso, nós tínhamos que ver que já naqueles primeiros cem dias a Administração
Petista começava a transformar a nossa garbosa Brigada Militar numa simples
milícia. Nós vimos uma vez um ato em que um invasor de terras, Ver. Ismael,
acabou, na verdade, sendo galgado praticamente ao posto de comando da Brigada
Militar, quando expulsou um comandante da Brigada Militar por um ato que estava
acontecendo lá no Oeste do Rio Grande do Sul.
Então,
se vamos falar em Segurança Pública, teremos de falar no ex-Secretário José
Paulo Bisol, e nas coisas que aconteceram de acordo com o José Paulo Bisol,
quando, inclusive, o incentivo a assaltos às farmácias e aos estabelecimentos
foi feito, em pleno horário de televisão! Então, eu acho que o PT não tem moral
para cobrar feitos em cem dias, apenas cem dias de administração da honrada
Governadora Yeda Crusius. Ela está fazendo o possível, e o impossível, para
recuperar os prejuízos que foram dados a este Estado pelo Partido Petista,
quando governou o Rio Grande do Sul. E eu tenho certeza absoluta de que ela tem
competência, mais do que suficiente, para recuperar as finanças do Rio Grande
do Sul; para dar novamente ao Rio Grande do Sul a dignidade que foi perdida;
para dar à nossa sociedade o orgulho por ter aquela segurança de morar neste
Estado. O que nos foi legado pelo PT, lá atrás, apenas foi corrupção, apenas
foi roubo, e apenas foram más administrações. Então, não tem moral para cobrar
ninguém!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. MARISTELA MENEGHETTI:
Obrigada, Ver. Luiz Braz.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
em primeiro lugar, Ver. Aldacir Oliboni, eu queria parabenizá-lo pelo momento
em que todos nós nos sentimos representados e pelo destaque que isso está tendo
na Zero Hora de hoje. Isto é muito importante, e a gente fica feliz com aquelas
pessoas que são do bem. Meus parabéns; como amiga, como companheira, fico muito
feliz por este momento, que é um pouquinho de todos nós.
Ver.
Luiz Braz, eu fico muito tranqüila - estou rindo, porque o Ver. Luiz Braz riu
sem saber; eu acho que ele já sabe do que eu vou falar - quando faço uma
crítica. E eu dizia, hoje, ao Ver. Claudio Sebenelo, que todos nós podemos ter
nossos equívocos e acertos, mas temos que manter a posição do lado que nós
estamos. E eu admiro isso em V. Exª, Ver. Luiz Braz, pois V. Exª tem o seu
lado, é um Vereador de um Partido ideologicamente identificado dentro da
direita partidária. Acho que é um viés que nós temos que respeitar. Agora, acho
que devemos sempre manter uma linha, sendo firmes, sempre verdadeiros nas
nossas convicções. Por exemplo, quando eu fiz aqui uma crítica ao Presidente
Lula, e permaneço com a mesma crítica, até mais acentuada, eu a fiz a um
Presidente que eu ajudei a eleger, que se construiu através das nossas mãos,
dos nossos sonhos, do nosso perfil ideológico definido, por coisas que ele não
segue mais. Fiquei triste quando fui aplaudida por pessoas que, às vezes, se
aproveitam dos nossos sentimentos e daquilo que nos aflige. Por exemplo,
além de o Presidente Lula ter colocado o rosto no ombro de George Bush, depois
eles foram jogar golfe. Hoje, Lula faz coisas maravilhosas, que o Sr. Fernando
Henrique Cardoso - que eu não considerava o meu Presidente, mas era o
Presidente da República - jamais fez. Mas, por outro lado, ele ajuda a não
articular as políticas internacionais da esquerda latino-americana. Pelo
contrário; ajuda a desarticular. Então, eu faço essa crítica com
responsabilidade, mesmo estando num campo de esquerda, e não estou preocupada se meu
Partido vai perder cargo ou Ministério, porque no dia em que a gente cair, a
gente cairá em pé; não precisaremos vender ou mascarar a alma; isso é
fundamental.
Agora, vir dizer que a Governadora Yeda, que é do
mesmo Partido do Fernando Henrique - que vendeu a Vale do Rio Doce, que afundou
com este País -; que é da mesma linha do Britto - que fez o PDV, que acabou com
a Educação no nosso Estado, que acabou com a Segurança no Estado. A Yeda, que é
dessa mesma linhagem político-ideológica, disse que não iria privatizar, mas
que já vende ações fundamentais do Banrisul, mentindo - politicamente falando -
para o Estado, mentindo para a sociedade, mentindo para todos nós, gaúchos, e
principalmente para aqueles que nela votaram com a ilusão de que iria modificar
algo.
Banalizar a história dos quatro anos da Frente
Popular também é uma injúria, é um pecado, porque, na verdade, os compromissos
organizados até então com aqueles que estão definidos e unidos ideologicamente,
apesar de a democracia ter disso - o próprio Lula assumiu compromisso com
vários, inclusive com os dessa linhagem política, o que lamento -, e faz com
que a vida real demonstre que não é verídico o que o Vereador Luiz Braz -
fraternalmente falando -, disse aqui no plenário. O senhor coloca um projeto
político sério como o que tivemos no Estado na área do Transporte, com o Beto
Albuquerque, como o que tivemos na área da Segurança Pública, com a unificação
das polícias. Partidos como o seu, Ver. Luiz Braz, inverteram a situação,
criminalizando aqueles que queriam fazer alguma coisa. Não pode, Vereador! Fica
muito feio, fica ruim, politicamente falando; e, para aqueles que estão nos
assistindo, tentar convencê-los de algo que não tem fundamento. Acho que
podemos manter o nosso ponto de vista, criticar quando necessário. Aliás, não
ouvi o senhor aqui dizer o que o Prefeito Municipal veio fazer no Paço
Municipal. Sábado, por exemplo, na Restinga, na Feira do Peixe, veio com um
discurso de reeleição - ele que estava tão esmorecido, tão fraquinho, parecia
até meio apático -, lá estava vigoroso, já redefinindo sua postura, desmentindo
o que saiu no sábado, que não era candidato, para que hoje o próprio Partido do
Vice pressione para que ele seja, novamente, candidato a Prefeito.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Para
concluir, Vereadora.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, pela
tolerância, Srª Presidente. A gente vê claramente qual é o cenário, Ver.
Comassetto. Nós, por exemplo, vamos em vias diferenciadas nas eleições, mas
estamos sempre muito próximos, porque somos do campo de esquerda.
Então,
Vereador, tem que dar um recado para o Prefeito: que ele assuma, de fato, que é
candidato, para não parecer que todos apelam para que ele o seja, já que até
agora nem Prefeito de Porto Alegre ele conseguiu ser. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Verª Maristela Maffei.
Apregôo Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 1 (Lê.):
“Proc. nº 4.412/06 - PLCL nº 023/06, Emenda nº 03 - O inciso III do art. 3º do
Substitutivo nº 01 é excluído. Justificativa da tribuna. Sala das Sessões, 09
de abril de 2007. Ver. Adeli Sell, Líder da Bancada do Partido dos
Trabalhadores”.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª
Presidenta; nobres colegas, de fato, agora democratas, responsáveis pela
democracia séria deste País. Estamos no espaço de Comunicação de Líder,
inclusive para encaminharmos a modificação do nosso nome, por Requerimento,
para Partido Democrata, Partido que só ocupa cargos de confiança nos
Ministérios, nas Secretarias quando ganha as eleições, quando participa das
eleições. E hoje, Ver. Luiz Braz, nós somos oposição neste País porque temos um
idealismo muito forte, fazemos política com convicção, com idealismo e não em
troca de cargos. E o Brasil, se não fosse assim, hoje, seria uma Cuba, uma
Venezuela de Chávez, de um partido único, uma mexicanização, o que se combate
tanto.
Eu quero fazer uma colocação sobre a nossa Cidade,
o nosso bairro Menino Deus onde há a Vila Lupicínio Rodrigues que está passando
maus bocados. Está na hora de nós, a comunidade do bairro Menino Deus,
juntamente com órgãos públicos - Prefeitura e Governo do Estado -, tomarmos uma
decisão. A Associação está às voltas com esse problema. Vamos ajudá-los, todos
os Vereadores que habitam o Menino Deus, como a Verª Clênia Maranhão, e todos
nós. Acho que está na hora de darmos as mãos e fazermos do nosso bairro a nossa
verdadeira casa, a nossa verdadeira maneira boa de viver. É um Bairro
maravilhoso, mas não podemos deixar com que essa insegurança irresponsável tome
conta do nosso bairro.
Os democratas estão pleiteando no Congresso
Nacional uma CPI do apagão aéreo, e acho que não tem mais volta, mesmo sendo a
minoria das minorias, essa CPI vai sair ou através do Supremo Tribunal Federal
ou através dos usuários, porque não é somente o problema dos controladores de
vôo. Foi sucatada a nossa Infraero, a nossa ANAC não existe. Gente, o Ministro
da Defesa permanece no cargo com essa incompetência, dita pelo próprio
Presidente da República! Esse Ministério da Defesa não existe, diz ele. Claro
que não existe! Com essas incompetências, uma ANAC que está fazendo festa na
Bahia; não sabe nem o que ele tem que fazer! E corre solto! O antigo Ministro
Viegas, em 2003, fez um estudo e disse que teriam que ser tomadas providências,
e até hoje não foram tomadas. Falta formação de pessoal; foram feitos pedidos
para que formassem novos controladores de vôo, e em quatro anos não formaram
nenhum! Não há reserva. O seu Zuanazzi, em seis meses, não sei quanto tempo,
quantos meses está lá na ANAC sem fazer nada, sem explicar nada! Não há
respeito pela vida do brasileiro. A classe média parece que está sendo
expurgada deste País! Gente, é o objetivo de todo brasileiro. O meu objetivo é
tirar o salário mínimo e trazer para a classe média para que ao menos possamos
escolher a escola dos nossos filhos, e não trazermos todo mundo para baixo. Não
é dar 16% para o salário mínimo, dar 2% ou 3% para um aposentado! Este País
está na contramão, está de cabeça para baixo. Não cresce! Mas como é que vai
crescer, se o Presidente só fica loteando cargos e não administra. Ele recém
está no primeiro escalão. Não desceu nem para o segundo e nem para o terceiro.
Quando é que vai administrar? De repente até seria bom de dizer: “Eu não vou
administrar o País, ele que caminhe sozinho; de repente, ele caminha melhor”.
Os desafios são grandes, gente! Mas nós devemos
reconstruir uma democracia sólida neste País, uma democracia que defenda suas
convicções, suas idéias, que participe das soluções conjuntas da construção de
uma nacionalidade. Então, eu
quero deixar a todos os meus amigos, a todos aqueles que nos acompanharam nesse
tempo político, novos ventos, novas posturas; estamos de portas abertas àqueles
que querem participar de uma caminhada democrática verdadeira, idealista, de
braços abertos, sem medo de ser feliz! Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, Maristela Meneghetti, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham das galerias e pelo Canal 16
da TVCâmara, queria saudar a todos. É uma pena que o meu amigo Ver. Guilherme
Barbosa saiu do Plenário, neste momento. Vereador este, com quem tive um
cordial convívio, quando ele era Secretário da SMOV - sempre destaquei isso. E
acho que ele foi um pouco injusto, hoje, com as críticas duras que ele fez ao
nosso Secretário Maurício Dziedricki. Sabemos que o Secretário Maurício - como
em todas as Secretarias, quando os Secretários assumiram - recebeu-a em uma
situação muito delicada, com muitos problemas. E o Secretário Maurício
Dziedricki está fazendo o seu trabalho com muito esforço, com muitos problemas
- e são vários problemas -, então, ele faz o que ele pode. Mas temos certeza de
que, a partir do meio do ano, as Secretarias - que o Governo, graças a Deus, conseguiu
recuperar a credibilidade - terão um maior fôlego financeiro para fazer
as suas obras.
Mas
muitas coisas saíram do papel, meu caro DJ Cassiá, que reside naquele
extraordinário bairro da Restinga. O Distrito Industrial da Restinga também
saiu do papel, depois de muitos e muitos anos. Eu convido os meus queridos
Vereadores e as minhas queridas Vereadoras para que façam uma visita ao
Distrito Industrial da Restinga, o qual, finalmente, saiu do papel;
empreendimento esse que o Partido dos Trabalhadores enrolou, enrolou, e não o
fez. Muitos rolos de papel foram gastos e o empreendimento não saía, mas, hoje,
está aí, e é uma realidade. Visitem o Distrito Industrial da Restinga, pois eu
tenho certeza que muitos dos nobres Vereadores subirão nesta tribuna para
elogiá-lo. Fica aqui este registro. Eu quero destacar o esforço do Prefeito, da
SMIC, e de todas as Secretarias que se envolveram nesse trabalho.
Há
mais uma notícia boa, meus caros Vereadores. Na página 33 do jornal Zero Hora
de hoje (Lê.): “Porto Alegre - oito ruas da Zona Sul da Capital começam a
ganhar portais com bancos, jardins, passeios e iluminação nova, para apreciar a
paisagem. Para curtir a orla do Guaíba”. Mais um projeto que está saindo do
papel, Ver. DJ Cassiá. Mais um! (Lê.): “O programa Portais do Guaíba sai do
papel e ganha as ruas da Tristeza”. Tristeza, por causa do bairro, mas essa
tristeza está-se tornando alegria. (Lê.) “Desde 26 de março, homens trabalham
no primeiro belvedere que será construído no início da Rua Mário Totta. Serão
oito portais em ruas que desembocam na orla. Os locais contarão com bancos,
jardins, passeios e iluminação nova para apreciar a paisagem”. Vejam só: aqui
estão as obras. (Exibe jornal.) Pelo menos, é uma oportunidade para os
munícipes dessa querida Porto Alegre, que, ao longo dos anos, acolheu tão bem a
maioria dos Vereadores que representam esta Cidade tão dignamente - esta Cidade
acolheu a todos nós, assim como V. Exª, Ver. Adeli. Que bom que agora nós
consigamos, juntamente com o Executivo, com o Legislativo, com todos os órgãos
que têm a responsabilidade de governar esta Cidade, dar uma imagem, mostrar
essa beleza que a natureza colocou em nossas mãos, que é o nosso rio Guaíba.
Portanto,
queremos, aqui, parabenizar a SMOV, a Secretaria de Planejamento Municipal, a
SMAM, e toda a sua equipe, pois mais uma obra saiu do papel e, hoje, é uma
realidade. Quem sabe a TVCâmara mostra isso para a população, pois estamos de
parabéns, principalmente nós da Zona Sul de Porto Alegre, por essa belíssima
obra! Faço esse registro com muita alegria.
Portanto,
para encerrar, repito que o meu amigo Guilherme Barbosa foi muito duro, muito
injusto com o nosso Secretário da SMOV, Maurício Dziedricki. Muito obrigado,
Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Ervino Besson.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. RAUL: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, e aqueles que nos assistem através da TVCâmara, neste momento,
separei alguns assuntos que eu acho importante comunicar para a sociedade
porto-alegrense. No primeiro momento, quero dizer da minha satisfação pessoal,
como alguém que trabalhou muito tempo da Ilha da Pintada, enfim, nas ilhas do
Guaíba, na Ilha dos Marinheiros, de ver o sucesso que obteve a 227ª Feira do
Peixe de Porto Alegre que foi concluída agora no período da Páscoa.
Queria
comunicar também que nós, da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, tivemos uma
Reunião, na semana passada, muito proveitosa, com o intuito de prevenir a
questão da mortandade dos peixes. Então, em função do que ocorreu no Rio dos
Sinos, a nossa preocupação com o Lago Guaíba é imperativa. Então, convidamos
pessoas para participarem da Reunião para saber o que vinha sendo feito. Foi
uma Reunião muito boa, tivemos a presença de várias entidades representativas;
tivemos aqui a nossa Secretária Estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro;
tivemos o Secretário Adjunto da SMAM; o representante do DMAE, do DEP, da Fepam;
enfim, tirou-se uma série de comunicações e de reuniões importantes que irão se
seguir em função dos Comitês do Lago. Acho que foi um Reunião muito proveitosa
e que vai trazer, na área preventiva, muitas coisas boas para a nossa cidade de
Porto Alegre.
Um
outro assunto também que passa pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente é a
questão dos postos de saúde do Murialdo, que vamos visitar amanhã. Amanhã
pretendemos, na Comissão, visitar junto com o Conselho local, o Conselho
Municipal, o Conselho Estadual, alguém da Prefeitura também que vá acompanhar,
as unidades de saúde do Centro de Saúde Escola Murialdo, que, neste momento,
estão passando novamente por um processo que visa à sua municipalização. Esse
processo, que já vem de anos, agora foi retomado; houve um encontro dos
Secretários Estaduais e Municipais, e há realmente um entendimento com a parte
técnica, que está se reunindo para tentar aparar algumas arestas para que haja
finalmente uma ação propositiva, no sentido de que essa municipalização realmente
aconteça. Também visitaremos a Unidade de Saúde São José, que passa por um
problema temporário, para tentar resolver a questão.
Gostaria
também de me solidarizar com o Ver. Ismael em função do seu Projeto dos clubes
sociais. Eu, como ex-Presidente de clube social em Porto Alegre, do Petrópolis
Tênis Clube, e atual Presidente do seu conselho consultivo, sei o quanto é
difícil administrar um clube social, e como esses eventos que muitas vezes são
proibidos pelo Poder Público Municipal em função da sonorização, são
necessários para os clubes. Eu acho que existe um termo de adequação para que
não haja a passagem do som acima de 80 decibéis para fora do clube. Acho que há
uma possibilidade real de que se construa, nesta Casa, uma questão que venha a
beneficiar tanto os clubes sociais como a comunidade nesse sentido.
Também
na área a que me dedico muito, a do planejamento familiar, eu gostaria de dizer
que as iniciativas cada vez estão mais fortes nessa área, e eu tenho lutado
muito por isso. E sobre a criação do Centro de Planejamento Familiar de Porto
Alegre, ao qual eu me dedico - tenho um Projeto nesta Casa -, acho de extrema
relevância, já que precisamos, desde a orientação até a realização dos
procedimentos clínicos e cirúrgicos, ter isso à disposição real da nossa
comunidade porto-alegrense o mais breve possível, desde a área educacional. E
com relação a isso, também me filio ao Projeto da Ver.ª Mônica Leal, que coloca
a disciplina do planejamento familiar como uma disciplina a ser incorporada
através de informações transversais no Ensino Fundamental e no ensino Médio, e
acredito que, dentro desse Projeto da Ver.ª Mônica, caiba também a questão das
doenças sexualmente transmissíveis e da Aids.
Então,
concluindo, eu gostaria de deixar uma saudação a todos. Saúde para todos nós!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Dr. Raul.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, neste Tempo de
Liderança da minha Bancada, do PPS, eu quero me reportar às novas conquistas de
Porto Alegre; mas, antes disso, eu quero dizer que fiquei muito surpresa com
uma intervenção do Ver. Adeli Sell e não poderia deixar de responder.
O
Ver. Adeli define o tempo, a intervenção e o tema da sua Bancada, e eu sou
Líder de minha Bancada; uma das Bancadas desta Casa! Esta Casa não tem
corregedor, e, portanto, cada Bancada usa seu tempo político conforme lhe
interessa e não se submete à vontade de um ou de outro Vereador. Portanto eu
acho que é um desrespeito e uma enorme prepotência um Vereador desta Casa achar
que deve definir quando e o que os demais Vereadores devem falar.
Segunda
questão: eu hoje recebi, assim como vocês, várias informações sobre os cem dias
do Governo da Governadora Yeda Crusius, e eu queria destacar aqui, muito
rapidamente, duas coisas. Primeiro: eu acho que é muito importante a gente
viver em um Estado que não mais é administrado por um Governo igual ao governo
que vivemos por 12 anos, quando a questão ideológica era o eixo das ações
políticas. O Governo de composição sempre permite uma pluralidade que eu acho
que enriquece a sociedade.
Mas
eu queria fazer um registro desses cem dias de Governo, o que, para mim, é
muito importante, que é exatamente referente à área de Educação, considerando
que o Governo do Estado disponibilizou um aumento de 141% no montante destinado
ao transporte escolar do nosso Estado. Acho que é um aumento extremamente
significativo, e não é à toa que a oposição tenta contra-arrestar essa
realidade, porque é uma realidade que avançou efetivamente nesses cem dias de
Governo.
Em
segundo lugar, eu queria parabenizar mais uma vez a cidade de Porto Alegre,
que, em nossa gestão, na gestão do Prefeito José Fogaça, construiu, em menos de
três anos, mais de três mil casas populares. Nós muitas vezes discutimos desta
tribuna que, se tivesse continuado como nos anos anteriores, Porto Alegre
levaria quase cem anos para resolver seus problemas habitacionais. A prioridade
de uma política pública municipal para aqueles que mais precisam é que tem
exatamente feito com que a Prefeitura de Porto Alegre crie as alianças
necessárias para, enfim, avançar a implantação do PIEC, para ampliar o número
de habitações populares na nossa Cidade.
Foi
muito emocionante ver 92 novas famílias que se somaram às famílias que já
estavam lá, formando 213 famílias no Conjunto Santa Teresinha, antiga Vila dos
Papeleiros, aquela vila em que as pessoas estavam vivendo em condições
subumanas. Hoje elas vivem nas suas casas, há uma creche, uma área verde;
portanto, há condições de dignidade no Conjunto Santa Teresinha. Se alguém não
visitou o Conjunto Santa Teresinha, eu sugiro que faça uma visita, Ver. Haroldo
de Souza, porque realmente quem viu as condições daquelas crianças que moravam
em condições subumanas, dentro do lixo, é muito emocionante poder vê-las hoje
em condições dignas, numa área saneada, em condições de habitação que realmente
emociona qualquer pessoa que lá esteja presente.
Assim
como o Ver. Dr. Raul, eu também fiquei muito feliz com o sucesso da Feira do
Peixe, uma atividade cultural, gastronômica e econômica da nossa Cidade, muito
importante.
E,
ainda dentro dessas conquistas da Cidade, eu queria me referir às novas facetas
do Centro de Porto Alegre. É muito bom saber que, num período tão curto de
Governo, nós já conseguimos melhorar tanto o Centro da Cidade. Como nós
conseguimos herdar uma dívida de caos absoluto no Centro, ainda temos muito que
fazer, temos muitos problemas, mas é muito bom passear aos sábados de manhã, no
caminho dos antiquários, ver as escavações arqueológicas da Praça da Alfândega,
ver a restauração da Confeitaria Rocco e ver as modificações da estação central
do Trensurb, além daquilo que já foi falado aqui, que é a humanização da orla
do Guaíba e a aproximação da Cidade, dos seus habitantes com o nosso Guaíba.
E,
por último, já não tenho mais tempo, eu queria apenas lembrar o sucesso do
ProJovem, que é uma parceria da Prefeitura com o Governo Federal, e que
inclusive continua, neste momento, com as suas inscrições abertas, permitindo
que os jovens entre 18 e 24 anos que estavam fora da sala de aula possam
retornar à sala de aula, tendo a possibilidade de reintegração ao mundo do
ensino e ao mundo do conhecimento.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Ilustre Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Vereadores e Vereadoras, na
reunião de Mesa e Liderança desta manhã, ficou programado que, na próxima
quinta-feira, um dos projetos preferenciais a entrar em votação será o meu
Substitutivo que flexibiliza as multas sobre a Lei do Fumo, a Lei que proíbe
fumar em recintos públicos fechados.
Neste
fim de semana, a Anvisa divulgou informações que pretendem regulamentar a Lei
de 1996, que já entrou em vigor há dez anos, mas que não está sendo cumprida,
porque não existem sanções. E a própria Lei Federal, Ver. Guilherme Barbosa,
pede que a legislação Municipal coloque as sanções. A Lei aprovada nesta Casa
tem sanções muito fortes, prevê uma multa de 400 reais, e depois, na
reincidência, o dobro da multa e suspensão do alvará por 30 dias e, na terceira
reincidência, cassação do alvará.
Consultando
todo o setor, especialmente o dos bares e restaurantes, esclarecemos alguns
pontos, mas é evidente que sempre há um ponto em que as pessoas têm
dificuldades de concordar, porque ninguém gosta de receber ou de pagar multas.
Mas não há outro jeito, senão, em caso de infração, multar o responsável pelo
estabelecimento. O meu Substitutivo prevê uma multa de apenas 100 reais; é uma
multa adequada que pode ser muito bem absorvida, mas o que a gente quer é que
não ocorram essas infrações, que as pessoas não se permitam fumar durante
aquela hora, aquelas duas horas em que se encontram num estabelecimento. O Ver.
Brasinha colocou uma Emenda que fere diretamente a Lei Federal, ou seja, é
inconstitucional na sua origem porque altera a Lei Federal. O Ver. Brasinha
quer que os estabelecimentos até 40 metros quadrados não sejam considerados
como recinto fechado. Ora, ele está alterando o texto da Lei Federal; então é
inconstitucional. Há outros Vereadores que querem retirar a multa para o
responsável pelo estabelecimento. Ora, se for retirada a multa para o
responsável do estabelecimento, a lei fica inócua, igual à Legislação Federal,
que não tem nenhuma sanção. Então, nós, porto-alegrenses, devemos dar exemplo
para o País de uma legislação que promova a saúde do nosso cidadão. Porto
Alegre é a Capital com maior índice de fumantes - 21% -, mas mais da metade
desses 21%, Ver. Braz, não fuma em recintos fechados, são pessoas educadas, que
respeitam o seu semelhante.
Então, faço um apelo aos Srs. Vereadores: que
aprovem esse Substitutivo para ele ser parâmetro em todo o Brasil, já que essa
Lei já existe em Buenos Aires - Argentina -, no Uruguai, em Nova Iorque - em
Nova Iorque não se fuma nem na rua, é proibido fumar na rua. Eu já não quero
tanto, só quero em recintos fechados. Na Escócia... Na Itália, estão multando,
estão descontando do salário o tempo que os funcionários ficam fumando, Ver.
Elói, em recintos exclusivos para isso. Então, apelo aos Srs. Vereadores e às
Sras. Vereadoras que, se tiverem alguma dúvida, me consultem - estou à
disposição para prestar as informações - e aprovem este Projeto, que é para proteger a saúde do
porto-alegrense.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Carlos Nedel.
(A
Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Havendo quórum, passamos à
Em
votação a seguinte priorização dos Projetos na Ordem do Dia: em primeiro lugar,
o Requerimento nº 031/07; logo a seguir, o PLL nº 155/06; após, o PLL nº
072/05; PLL nº 234/05 e PLL nº 014/06. Em votação. (Pausa.)
O
SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento):
Solicito o adiamento da discussão do PLL nº 072/05, de minha
autoria, por duas Sessões.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Podemos apenas
retirá-lo da priorização, Ver. Oliboni, pode ser?
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sim.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Então,
retiramos da lista o PLL nº 072/05.
Em votação o Requerimento, de autoria das
Lideranças da Casa, para apreciação das seguintes matérias constantes da Ordem
do Dia: em primeiro lugar, o Requerimento nº 031/07, logo após, o PLL nº
155/06, o PLL nº 234/05 e o PLL nº 014/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
REQ. Nº 031/07 – (Proc. nº 1347/07 – Comissão de Educação, Cultura,
Esporte e Juventude - CECE) – requer Moção de
Solidariedade aos brasileiros graduados em Cuba, através da Escola Latino
Americana de Medicina – ELAM, no que se refere
à implementação do Protocolo de Intenções que objetiva a revalidação dos
respectivos diplomas no Brasil. (incluído em 04-04-07)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o
Requerimento nº 031/07. (Pausa.) A Verª Maristela Maffei está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 031/07.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a
Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude encaminha este Requerimento,
porque estamos vivendo um momento ímpar no nosso Estado, em que filhos da nossa
Pátria foram fazer uma universidade na área de Medicina, em Cuba, e, lá
formados, voltando para o Rio Grande do Sul, para o Brasil e, claro, aqui no
Estado do Rio Grande do Sul, Ver. Haroldo de Souza, querem exercer, fazer o
momento que é sagrado em qualquer curso, é a residência na área de Medicina, e
aqui nós temos vários médicos, Ver. Haroldo.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu queria fazer uma pergunta: se for numa
universidade, por exemplo, em Paris, chegando ao Brasil, ele tem que fazer um
novo exame aqui. Por que nós vamos criar isso, só porque é de Cuba?
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Ver.
Haroldo de Souza, é muito pertinente a sua pergunta. Na verdade, como em
qualquer País, as pessoas formadas em outro País, quando chegam ao Brasil, têm,
sim, Ver. Haroldo - gostaria de responder isso a V. Exª -, quero dizer que em
qualquer curso que é administrado fora do País, quando as pessoas retornam,
elas têm que estar adequadas às normas do ensino do nosso País, assim como em
Cuba, Paris, seja qual for,
aqui prestaram as provas na Amrigs. O grande problema, hoje, que nós
encontramos é com a Universidade Federal que não está abrindo as portas, porque
o CRM - que é o Conselho Regional de Medicina -, está barrando a possibilidade
de eles continuarem exercendo e fazendo a residência aqui. Na verdade, não é
nem para exercerem a Medicina, e sim para eles fazerem a sua residência e
continuarem estudando, fazendo a sua complementação.
Então
a sua pergunta é pertinente, porque até é esclarecedora para todos. Mas só para
informar algo importantíssimo aconteceu, através, infelizmente, de uma liminar,
no Hospital Conceição, os residentes de Medicina, formados lá e adequados à
legislação brasileira, já estão podendo exercer (a Medicina), Ver. Sebenelo.
Claro que nós sabemos que o corpo de qualquer categoria tem as suas
prerrogativas, tem as suas preocupações, mas nós vivemos em uma sociedade
democrática. E eu acredito que esta Casa, com sabedoria, vai, com certeza,
aprovar essa Moção no sentido de apoiamento, de adequação a esses estudantes
que tanto se esforçaram e vêm aqui para se aprimorar também com a experiência
brasileira, para que nós possamos, cada vez mais, termos - nessa área e em
tantas outras - mais qualificação. Por isso, com certeza, quero contar também
com seu apoio, Vereador, que é da nossa Comissão, que a CECE encaminhou.
Obrigada pela atenção e conto com voto de todos. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 031/07.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; em
nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero reforçar a importância de
garantirmos esse protocolo entre Brasil e Cuba e esse apoio aos nossos
estudantes, jovens brasileiros que querem fazer o processo de revalidação de
seus diplomas. Eles não querem fugir de provas, de processos, de comprovar que
estão habilitados, capacitados e qualificados.
E
é esse processo, que hoje tem barreiras. Não se trata de criar privilégios em
relação a nenhum outro estudante, mas, lamentavelmente, mesmo fazendo provas,
como fizeram, prestaram provas, Ver. Haroldo de Souza, na Amrigs, mesmo
entrando com seus currículos e diplomas na UFRGS, e estivemos, como CECE,
acompanhando isso, a UFRGS simplesmente não aceita e não coloca em processo de
revalidação, o que é de responsabilidade das universidades. Simplesmente diz
que não há compatibilidade de currículos e barra o processo. Bem, o que resta à
universidade brasileira, uma vez que esses jovens se deslocam do Brasil, sofrem
dificuldades, a ausência das famílias, seis anos de estudo, se não há
compatibilidade, que as universidades indiquem quais as disciplinas e ofereçam,
que as universidades estabeleçam uma prova, quer dizer, nós não podemos,
simplesmente, virar as costas. O Ver. Sebenelo já defendeu aqui que se obedeça
aos processos de reconhecimento dos diplomas. Acho que esta Casa, ao indicar
que apóia esses jovens, reconhece o seu esforço, procura estabelecer um
processo que não seja discriminatório por divergências ideológicas, mas que
haja, de fato, portas abertas para eles mostrarem que estão habilitados,
mostrarem e, se precisar, complementarem a sua formação. O que acontece hoje é
que nem isso eles podem. Eles não têm nem a chance, Ver. Haroldo, de poder
complementar, de fazer, inclusive, uma residência, nem que leve alguns anos;
hoje, eles estão bloqueados. Acho que o Brasil precisa avançar, porque, afinal,
já é tão difícil essa carreira, principalmente para os jovens trabalhadores. A
Medicina é bastante inacessível, é muito difícil para os jovens que têm
condições materiais, às vezes, são onze anos de várias barreiras entre o exame
da Amrigs à própria possibilidade de fazer a residência. Quer dizer, se esses
jovens com condições, com apoio, morando aqui, têm dificuldades, imaginem o
jovem trabalhador que vai fazer fora o seu curso e aqui encontra barreiras que
não permitem nem lutar, nem demonstrar a sua habilitação. Então, esse é o
sentido da Moção, eu sei que todos nós vamos apoiar, porque nós não estamos
criando privilégio, estamos retirando algumas barreiras, hoje, injustas para o
reconhecimento do seu diploma.
O
processo de credenciamento aqui no Brasil é justo, portanto, é necessário que
seja aberto a todos os jovens, inclusive, aos que estudaram em Cuba. Não é
possível que a gente concorde com um bloqueio que atinja os nossos brasileiros,
e acaba sendo um bloqueio feito para os nossos jovens que buscam estudo. Na
CECE - a Moção foi encaminhada na CECE -, numa reunião feita com a manifestação
de todos os lados, inclusive manifestação dos Conselhos Estadual e Municipal de
Saúde, foi registrado que há uma necessidade de médicos comunitários.
Encerro,
trazendo a informação de que o Grupo Hospitalar Conceição abriu concorrência
para medicina comunitária e sobraram vagas, porque os nossos jovens formados,
aqui, não têm interesse nessa área. Todos vão, quando conseguem residência,
para especializações, e não para medicina comunitária.
Sobraram
vagas no Grupo Hospitalar Conceição para jovens médicos que quiserem fazer a
sua residência. E essa é uma das principais formações da escola de Cuba.
Então,
me parece que é, inclusive, preencher uma lacuna, não criando privilégios, mas
garantindo o processo a que todos os nossos jovens têm direito. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 031/07.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, esse Requerimento está comprometido por uma questão de telepatia.
Todas as pessoas brasileiras ou não, que vão para o exterior, e que fazem
formação no exterior, são obrigadas a revalidar seus diplomas no Brasil, se
quiserem exercer atividade médica no Brasil.
Todas
as pessoas que vêm para o Brasil, que fazem o seu estudo médico no Brasil, por
intermédio de convênio com o Brasil, como Peru, Bolívia, depois, ao retornarem
para os seus países, eles são obrigados a fazer a revalidação, que, em
espanhol, se chama reválida.
Só
que existia um artifício de, através de um convênio, burlar a questão do
vestibular aqui no Brasil. Os brasileiros não faziam vestibular, faziam
medicina em Cuba, e voltavam para cá sem terem prestado vestibular.
Não
está em discussão o vestibular em si, mas nós já temos mais de mil médicos
formados, por ano, no Rio Grande do Sul, quando as nossas necessidades estão
por volta de quinhentos médicos, mais ou menos. Nós já temos um grande
desemprego na área médica. Formar médicos, entre aspas, em Cuba, sem o
currículo do Brasil; formar médicos, em Cuba, um país profundamente atrasado em
medicina, em medicina de ponta, sem tecnologia, como nós o fazemos aqui no
Brasil, indiscutivelmente é um problema que não se resolve com convênios, com
uma atitude diplomática em relação à burla, mas se resolve de uma só forma:
cumprindo a Lei. Quando uma pessoa sai do Brasil e consegue o seu diploma de
médico em outro país, quando volta, deverá fazer a revalidação, e essa
revalidação implica, inclusive, em inclusão e término das disciplinas que não
estão no currículo em outros paises. Isso é uma exigência da Lei brasileira,
passar por cima dessa Lei, por questões ideológicas, seria, primeiro, um
absurdo; segundo, é muito fácil fazer essa curva, esse contorno dos óbices e
passar na frente de outras pessoas que rodam no vestibular, que às vezes tentam
três, quatro, cinco vezes, até conseguir, e vêm outros já prontos, sem ter
passado pelo crivo das exigências legais brasileiras; ou se muda a Lei no
Congresso Nacional ou se cumpre esta Lei que existe. O problema é o absurdo de
ir para um país, reconhecidamente com questões graves de subdesenvolvimento - e
eu via esta semana ainda, um filme cubano, musical, cujo título é “Buena
Vista Social Club”, onde aparece o Centro da cidade de Havana com esgoto a
céu aberto, não é que isso não exista no Brasil, claro que existe aqui, mas as
questões sanitárias, lá, as questões de prevenção, são sofríveis, as questões
de desenvolvimento, de tecnologia, de novas técnicas médicas, de busca de
progresso e de novo aprendizado àqueles colegas que já estão há tempos
exercendo, lá não existe. Então, assim, é uma Medicina ainda atrasada, que tem
algumas condições de Medicina Comunitária desenvolvidas exatamente pelo seu
atraso, que é incompatível com a realidade médica brasileira. Por isso, nós vamos
votar contra este Requerimento.
(Não
revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 031/07.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Eu
queria apenas levantar algumas questões nesta polêmica que foi trazida aqui
pela Verª Maristela Maffei. Eu acho importante a gente fazer alguns
questionamentos antes de votar esta Moção. É uma Moção de Solidariedade às
estudantes e aos estudantes brasileiros que fizeram curso em uma universidade
estrangeira, no caso a Universidade de Cuba, e numa especialidade que para nós
é uma especialidade muito importante, no caso brasileiro, que é o Médico de
Família.
Todos
nós sabemos, nós que somos profissionais de saúde, da necessidade do fortalecimento
das ações preventivas de saúde. Todos nós sabemos que, infelizmente, os modelos
que se instituem majoritariamente, hoje, nas áreas de Saúde, eles são muito
curativos, e eles acabam levando para o nível hospitalar uma série de doenças
que poderiam ter sido evitadas se as políticas de prevenção tivessem sido
estabelecidas na área de Saúde.
É
uma pena que, cada vez que a gente estabelece esse debate sobre a
fundamentalidade de uma política preventiva de saúde pública no Brasil, com
integralidade, com a participação dos médicos, dos psiquiatras, dos assistentes
sociais, dos enfermeiros, dos dentistas, sempre nós nos reportamos a dois
modelos internacionais que ficaram muito famosos, que foram modelos de saúde
preventiva da Inglaterra - que foi muito forte até o Governo da Margaret
Thatcher, e que, depois, teve um enfraquecimento, mas ainda é muito forte na
Inglaterra -: o tratamento, o conceito, na verdade, de saúde
preventiva e, evidentemente, o modelo de Cuba. Claro que a Inglaterra é um país
rico e, sendo um país rico, a questão da saúde preventiva tem um significado,
mas ela não é tão decisiva como a experiência ocorrida em um pequeno país
socialista centro-americano. Para Cuba, essa metodologia de trabalho preventivo
é uma metodologia que garante um índice de mortalidade muito abaixo da média
dos demais países e, também, um índice de morbidade menor.
Há muitos anos eu participei de uma delegação
quando eu presidia a Comissão de Saúde da Câmara de Porto Alegre: representei
este Parlamento, juntamente com o Secretário Germano Bonow; com o nosso atual
Vice-Prefeito, o médico Eliseu Santos; com o Governador Antônio Britto e com
uma série de jornalistas. Nós estivemos juntos conhecendo as políticas de saúde
de Cuba, exatamente motivados por essa circunstância de ser um país pobre, um
país, inclusive, que vive há décadas com um bloqueio econômico da maior
potência econômica do mundo. Como é que eles conseguiram, com toda aquela
pobreza, com toda aquela exclusão econômica, com uma realidade muito peculiar,
ter uns índices de mortalidade infantil, por exemplo, tão baixos? Eu me lembro
que o Prefeito Eliseu Santos, o Secretário Bonow e outros médicos que nos
acompanhavam sempre discutiam conosco isto, e, assim também como os médicos
cubanos, eles computavam as ações preventivas locais, comunitárias,
territorializadas, integradas, apoiadas pelos agentes de saúde como as questões
fundamentais para aquela realidade.
Então, eu fico muito preocupada quando a gente
discute isto sem levar em conta a nossa realidade brasileira que, para nós, é o
fundamental. A maioria dos Municípios brasileiros é formada, infelizmente, na
sua grande maioria, por uma enorme população de baixa renda, e, uma parcela
expressiva dela, abaixo da linha da pobreza. Nós temos médicos sobrando em algumas
Regiões brasileiras. Nós temos grandes hospitais; é verdade que a maioria
deles, no Brasil, estão fechando nos últimos anos, mas o que realmente me deixa
preocupada é o fato de nos termos um País tão pobre com tão poucos
especialistas em saúde de família, com formação em saúde de família, que
poderiam atender uma área de periferia, e a gente não consegue resolver uma
questão que é real, que alguns Vereadores trouxeram aqui. Como resolver
juridicamente, administrativamente e politicamente esta questão da entrada dos
médicos com formação em Cuba para que a gente pudesse permitir que a população
de baixíssima renda pudesse usufruir desses conhecimentos e que todos os
investimentos feitos por esses jovens não fossem perdidos? Então, é um
contra-senso. Uma enorme quantidade de jovens que fizeram quatro, cinco anos de
faculdade, se especializaram, voltaram para o Brasil e aí, dentro do Brasil,
eles não conseguem exercer a profissão deles, porque não está regulamentada,
porque não está adaptada à exigência da legislação brasileira.
Eu acho que o mundo político e o mundo
coorporativo, me desculpem, têm sido incompetentes na busca da solução. Faltam
muitos médicos de família, a população morre de doenças endêmicas, básicas; por
outro lado, tem gente que se especializou nisso e não está apto a se adaptar à
exigência legal do Brasil. Então, acho que o nosso empenho deveria ser para que
os Conselhos de Medicina, para que o Ministério da Saúde, para que o Ministério
de Educação, para que o Ministério de Relações Exteriores, enfim, as
Universidades resolvessem isto.
Eu não sei como resolver isto. É com uma prova? É
com uma certificação? É com uma exigência de uma especialização? Eu não sei, eu
não sou especialista nisto. Mas na minha área, que sou uma pessoa que trabalha
com saúde na área social - eu sou assistente social -, é de lamentar
profundamente que aqui em Porto Alegre, por exemplo, a nossa Prefeitura tem
feito um esforço monumental para ampliar os grupos de saúde da família; temos
ampliado, somos orgulhosos disso, mas o Prefeito quer ampliar muito mais, e aí
a gente não têm médicos com esse nível de especialização e com essa opção,
porque Medicina de Família é mais do que uma especialização: é uma opção. Então
a gente vive um contra-senso.
Eu não sei qual o resultado, Vereadora, dessa
votação, e eu nem quero me posicionar a favor ou contra; eu quero é
problematizar: qual é a contribuição que esta Câmara pode dar nesta questão? Eu
acho que aí a gente vai cumprir um papel. A nossa Bancada, por exemplo, nós
somos dois Vereadores, nós temos dois votos diferentes, porque isso não é uma
questão de Bancada, isto não é uma questão de Governo; mas eu, como militante
da área social, assistente social e uma pessoa que luta pela questão da saúde
pública, eu, particularmente, pessoalmente, voto favoravelmente, porque eu acho
que não é uma questão ideológica: é uma questão de saúde, e eu acho que a gente
pode ajudar nisso.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
031/07.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público presente nesta Casa, eu estava acompanhando atentamente as
colocações a favor e contra. Verª Sofia Cavedon, quando eu fui instada a votar
contra, eu levantei e disse: vou dizer por que vou votar a favor. Vejam bem,
nós estamos num mundo globalizado, onde nós queremos que a nossa carne seja
aceita em qualquer parte do mundo; que a nossa confecção, que as nossas
máquinas, que o nosso carro, tudo vale, tudo serve, nós temos qualidade. Em
relação à Educação, Verª Sofia, eu considero que com 30 anos de Magistério, com
as experiências que eu tive o privilégio de passar, de ter, eu posso falar. Eu
sou de fronteira, eu tenho uma profunda relação com a realidade da educação do
Brasil e do Uruguai. E, pasmem, enquanto eu era Diretora de uma escola no
Brasil, com 980 alunos e 74 professores, 38 fora da sala de aula, pela
estrutura de qualidade que aqui se prega, no Uruguai, a três quadras da minha
escola, havia uma escola de 1º grau completo, o Ensino Fundamental hoje, com
mil e poucos alunos e 25 professores, apenas três não entravam em sala de aula.
Aqui, o Ensino Fundamental é de 8 anos; lá, são 6 anos, Ver. Guilherme. Eu e o
Diretor da Escola fizemos a seguinte avaliação: avaliamos alunos de 6ª série,
do Uruguai, com alunos da 8ª série, do Brasil, em Biologia e Matemática. Era
como nós poderíamos ver de que forma se sairiam esses alunos. E, surpreendentemente,
os alunos do Uruguai saíram com notas acima de 75, pois, naquela época, a
avaliação era com nota. E os nossos abaixo de 50. Por quê? Porque não interessa
quantos anos, é o tempo da criança. A nossa criança, o nosso aluno, não fica
quatro horas na escola; e eles ficam seis horas na escola. Quando se fala em
vestibular; vestibular só existe onde faltam vagas. Nós pregamos o quê? A
universalidade da Educação, que todos possam ter acesso à Educação. Agora, ter
acesso à Universidade, não
quer dizer que nós vamos ter mestres e doutores. Faz a universidade e depois
vai para onde se sentir bem; para o mercado de trabalho onde tiver condições -
eu considero que a essa altura nós não podemos barrar ninguém. E a Saúde em
Cuba, eu conheço. Eu fui convidada oficial do Governo Cubano, e estive em três
ocasiões com Fidel Castro, no Pedagogia 93, e vi uma saúde da melhor qualidade.
Ingressam lá, como ingressam no Uruguai e na Argentina, sem vestibular, mas não
fazem em seis ou sete anos; são oito, nove, dez ou onze anos, porque o ensino é
extremamente puxado. E nós não podemos tratar com desconfiança qualquer País
que tenha um nível universitário.
Eu
fiz um doutorado na Espanha, na universidade pública que é a segunda mais
antiga da Europa, na de Santiago de Compostela, onde apenas 2% dos alunos que
fazem os créditos de doutorado chegam à defesa de tese; eu cheguei. No entanto,
nós vemos o que é a discriminação aqui, como se aqui fosse melhor que tudo. E
quando nós queremos defender o que nós produzimos, nós temos que ter esta
abertura, nós não podemos tratar com desconfiança. E o nível da saúde em Cuba é
muito melhor que 70% dos nossos hospitais e dos nossos postos de saúde. Não vi
nenhuma criança, nenhum adulto sem dente, as pessoas são saudáveis; usam roupas
gastas, puídas, mas as pessoas possuem Educação e Saúde. Por isso eu vou votar
a favor.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 031/07.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Excelentíssima Srª Presidenta; nobres colegas Vereadores, esta Moção de
Solidariedade foi trazida aqui para justamente nós falarmos em Cuba, essa é a
razão quase que fundamental, porque se nós temos hoje uma crise do apagão, onde
queriam fazer com que a hierarquia, a disciplina fossem desrespeitadas, digo
que o respeito às leis é fundamental. Eu posso concordar que a Medicina de Cuba
é maravilhosa, que Cuba é um País maravilhoso, mas lá eu não quero morar, lá
ninguém quer morar; aliás os cubanos que de lá querem sair, não podem,
botam-nos no paredão, matam. Esta é a realidade de Cuba, gente.
Nós
estamos precisando de médicos cubanos; mudamos as leis. Mudamos as leis, para
que esses jovens - eu não tenho nada contra esses jovens serem levados para
Cuba - não entrem na contramão do cumprimento das leis deste País. Eu acho uma
irresponsabilidade levar esses jovens para Cuba e eles não quererem cumprir com
as leis do seu País. É lastimável essas pessoas que levam esses jovens para lá.
Agora, o País precisa, sim, readequar-se à sua própria realidade, mudar a sua
universidade cultural quanto à Medicina e seja lá o que for. Eu tenho essa
concepção. Temos que cumprir as leis. Não podemos cumpri-las? Mudem-se as leis.
Agora, temos que cumprir as leis. Eu vou votar contra esta Moção, pela minha
convicção de cumpridor das leis deste País. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 031/07.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
em especial Verª Maristela Maffei, que traz à reflexão da Casa uma matéria que
penso deva ser amplamente debatida. Num primeiro pensar, não se trata de uma
questão ideológica; se assim fosse, o tema perderia a importância, porque aí se
colocaria no plano de interesses políticos e ideológicos. Vamos à reflexão
formal ou científica. Parece que esse debate tem que ser travado. Afinal,
estamos diante de uma dificuldade formal; significa dizer: a Lei proíbe que
aqueles estudantes que se formaram em Medicina pelos currículos da Universidade
de Havana, de Cuba, não podem aqui exercer suas profissões, porque não atingiram
determinados níveis, determinados patamares científicos. É isso? Não é isso!? É
uma dificuldade formal; a lei proíbe textualmente: aquele que se formou em
Medicina em Cuba não pode exercer atividade no Brasil? Vem um questionamento
que faço de pronto: Como são tratados os brasileiros? Há reciprocidade? Qual é
a reciprocidade entre os países? Penso, Verª Maristela Maffei, tenho de memória
que há quatro ou cinco anos Portugal proibia que dentistas brasileiros lá
exercessem suas atividades. Eu não sei como ficou resolvida essa situação; de
qualquer forma o debate é importante, e saúdo V. Exª por isso, porque pode
abrir um debate para que se coloque a independência, a autonomia científica. O
nível curricular das universidades sofreria algumas diferenças? É uma questão
que deve ser encarada, na minha opinião, de frente, porque realmente traz uma
complexidade, afinal, do ponto de vista científico, do ponto de vista
curricular, a Universidade de Havana está no patamar científico, deixando a
desejar aos padrões brasileiros, à universidade brasileira? Esse é um debate importante.
Eu dizia à Verª Clênia Maranhão que subiria à tribuna para uma reflexão
inconclusiva, eu não estou concluindo aqui o meu pensamento, é apenas para
trazer ao debate a reciprocidade; afinal, ela existe? Até que ponto não
existindo, poderia nos orientar aqui no sentido de colocarmos nosso voto? De
qualquer forma, é uma questão importante, que até acharia, Verª Maristela
Maffei, que nós deveríamos continuar debatendo, e digo por quê: nós estamos
emprestando solidariedade ou não. Nós não estamos decidindo aqui. Estamos
apenas oferecendo ou não solidariedade. Então eu acho que este debate deveria
até continuar para que nós trouxéssemos, talvez, melhores ou maiores dados para
firmar o nosso posicionamento a respeito dessa questão, que deve ser melhor
examinada. Afinal, Verª Neuza Canabarro, a Universidade de Havana, do ponto de
vista científico, fica a dever às universidades brasileiras? Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 031/07.
O SR. DR. RAUL: Srª Presidente, Vereadores e
Vereadoras, público que nos assiste, eu falo como médico e alguém ligado à
saúde pública há muitos anos, mas também como alguém que sente a dificuldade de
não conseguir passar por cima das leis. Nós somos aqui uma Casa Legislativa, e
eu, neste momento, acredito que seria muito melhor uma construção, através da
própria Universidade, através desta Câmara se posicionar junto com esses
médicos para querer construir junto com a própria UFRGS, com as universidades
que revalidam os diplomas, porque é muito difícil passar por cima de uma
revalidação de diplomas. No momento em que vamos passar por cima: “onde passa
um boi passa uma boiada”. Nada contra. Eu acho que esses médicos são pessoas
capazes, eu acho que os currículos... Eu não tenho o exato dimensionamento
desses currículos de Havana em relação aos nossos currículos aqui, mas eu acho
que não há nada de preconceito, no sentido de que esses diplomas sejam
revalidados. Agora, se vale para quem vem de outros países, que não seja de
Cuba, também tem que valer para quem vem de Cuba. Eu acho que esses médicos,
com certeza, vão se somar e iriam se somar a essa necessidade que temos aqui.
Mas acho, neste momento, muito difícil aprovar que, basicamente, salvo melhor
juízo, que nós não façamos a revalidação como ela hoje está legalmente posta,
ou seja, hoje tem que ser através de uma universidade pública para que esses
diplomas sejam revalidados. Então, essa hoje é a minha posição, e é assim que
eu penso.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento nº 031/07.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM; 07 votos NÃO.
O SR. PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Srª Presidenta, eu quero ler a minha Declaração de
Voto. (Lê.): “Na qualidade de membro de um conselho federal - Conselho Federal
de Educação Física - e sabedor da legislação vigente no nosso País, que obriga
todos os graduados e pós-graduados a convalidarem seus diplomas obtidos no
Exterior, através das universidades públicas brasileiras, independente do
mérito, estaríamos abrindo uma porta, permitindo que, num primeiro momento,
convalidaríamos os diplomas dos brasileiros e, depois, dos estrangeiros, que
assim o queiram fazer, desde que fossem preenchidas as exigências legais.
É
importante salientar que, para todo e qualquer processo de convalidação, é
necessário levar em conta a carga horária mínima exigida em nosso País, bem
como as diretrizes curriculares pertinentes a cada curso. Por este motivo, não
somos favoráveis à respectiva Moção. Os profissionais, quando foram buscar o
curso de sua graduação fora do País, sabiam das suas dificuldades para a sua
convalidação. Sugerimos que o Ministério da Educação pudesse legislar e colocar
um ponto final na questão.
Porto
Alegre, 09 de abril de 2007. Vereador Professor Garcia”.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Professor Garcia. Está anexa a Declaração de Voto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3599/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
155/06, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
declara de utilidade pública a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro
Menino Deus (ASSAMED).
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mario Fraga: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do
Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Manuela d’Ávila: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 26-02-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Em discussão o PLL nº 155/06. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir o PLL nº 155/06.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maria Celeste, Muito Digna Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras,
cidadãos e cidadãs, uma saudação especial aos dirigentes da Associação
Comunitária do Menino Deus. Nós, em nome da nossa Bancada - talvez haja outros
Vereadores que queiram falar -, somos favoráveis à Declaração de Utilidade
Pública para essa Associação, porque acreditamos que uma associação comunitária
que faz um trabalho permanente na comunidade, e é uma das associações que,
independentemente das suas direções, tem estado aqui nesta Câmara Municipal,
trazendo questões pertinentes ao bairro.
A
nossa posição sobre a Declaração de Utilidade Pública nunca teve, não tem, e
não terá jamais um viés político-ideológico; pelo contrário, nós somos os
primeiros a reconhecer. E lastimamos que, por exemplo, tenhamos que ouvir
discursos, como ouvimos há pouco, de uma simples Moção que propõe medidas ao
Governo. Então, nós não podemos guiar a nossa ação, a nossa intervenção por
querelas político-partidárias. Se fosse assim, provavelmente nós não iríamos
votar a concessão de declaração de utilidade pública a algumas instituições, a
algumas associações, por elas terem direções com visões contrárias à nossa, por
discordarmos delas. Nada a ver! Estou, inclusive, fazendo esse encaminhamento
para deixar claro que nós não aceitamos esse tipo de postura, que nós sempre
vamos nos confrontar com esse tipo de posicionamento! Há vários pedidos de
declaração de utilidade pública, inclusive do Executivo - e nós gostaríamos de
vê-los -, pois, na verdade, essa é uma tarefa que deveria partir,
fundamentalmente, do Executivo, uma vez que essas associações fazem convênios,
fazem tratativas com o Executivo. Mas, como o Executivo não fez, não propôs, o
Vereador propôs, e nós estamos aqui para aprová-la, para votar favoravelmente e
defender que essa Associação tenha a Declaração de Utilidade Pública. E nós
vamos fiscalizar assim como nós fiscalizamos ações do Governo, assim como nós
fiscalizamos as coisas que se passam na cidade de Porto Alegre. Se um dia ela
tiver desvirtuamento das suas funções, nós vamos propor a cassação desse
Título, dessa posição que hoje estamos aprovando. É assim que se age, é assim
que se trabalha! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não há mais quem queira discutir. Em
votação nominal, por solicitação do Ver. Adeli Sell, o PLL nº 155/06. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4884/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/05, de autoria do
Ver. Adeli
Sell, que estabelece a obrigatoriedade de publicidade dos atos administrativos
de pessoal próprio da administração indireta do Município, mediante publicação
no DOPA, com periodicidade não superior a trinta dias. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01 ao Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01 ao Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01 ao
Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 16-11-06.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 234/05.
O
SR. ADELI SELL (Requerimento): Gostaria
de solicitar o adiamento por uma Sessão, a pedido da base do Governo, da
discussão do PLL nº 234/05.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, o Requerimento de autoria do
Ver. Adeli Sell. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Cinco votos SIM. Um total de cinco senhoras e
senhores Vereadores votaram, portanto não há quórum para votação e para o
seguimento dessa matéria.
Nada
mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h57min.)
*
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